Fábricas paradas

Sindicato estima que greve geral parou 65 mil metalúrgicos no ABC

De acordo com entidade, movimento atingiu 98% das empresas nos quatro municípios da base, incluindo as montadoras

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Wagnão, Vagner, Sérgio Nobre, Marinho em porta de fábrica, hoje cedo: adesão à greve foi grande

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que aproximadamente 65 mil trabalhadores pararam nesta sexta-feira (14), dia de greve geral contra a reforma da Previdência e por políticas para combater o desemprego, entre outras reivindicações. A mobilização  alcançou 98% das fábricas na base da entidade, que inclui as cidades de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Também pararam as cinco montadoras que operam na base do sindicato.

“Podemos afirmar com tranquilidade que a greve na nossa categoria foi um sucesso. É a demonstração da contrariedade da nossa base em relação a uma reforma que acaba com o direito a uma aposentadoria decente depois de décadas de trabalho duro”, afirmou o presidente da entidade, Wagner Santana, o Wagnão, que desde cedo percorreu empresas da base. Participaram das atividades o presidente e o secretário-geral da CUT, Vagner Freitas e Sérgio Nobre, além do presidente estadual do PT, o ex-ministro e ex-prefeito Luiz Marinho, que já comandou o sindicato e a central.

“O trabalhador tem o direito de conhecer a fundo uma proposta que atenta contra seus direitos”, disse Wagnão, lembrando que o sindicato organizou oficinas com técnicos do Dieese para que os metalúrgicos tirassem dúvidas sobre a proposta em tramitação no Congresso. “O governo está gastando milhões para fazer propaganda da reforma, era nossa obrigação mostrar o que a proposta é de verdade, apontar os detalhes que a propaganda esconde, o ataque que ela representa para quem está trabalhando hoje, para quem já se aposentou e para as próximas gerações.”

De acordo com o coordenador do comitê sindical dos trabalhadores na Mercedes-Benz, Max Pinho, a adesão à greve geral na região foi total. “A fábrica que deveria ter hoje 11 mil pessoas trabalhando, entre diretos e prestadores de serviços, ficou vazia. Estão todos em luta”, afirmou.

O mesmo aconteceu na Volkswagen, segundo o diretor-executivo do sindicato Wellington Damasceno. “Fábrica parada. Todos firmes na luta contra essa reforma que só retira direitos e não corrige injustiças. Pelo contrário, privilegia mais ainda quem já tem privilégios e tira de quem precisa do atendimento do Estado.”

A Volks de São Carlos, no interior paulista, também não funcionou, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos local. Segundo a entidade, um ato na avenida principal reuniu 6 mil pessoas, entre trabalhadores e estudantes.