Ameaças

Metalúrgicos planejam ação mundial para denunciar GM

Objetivo é denunciar empresa por ameaça de deixar o país e implementar programa de redução de direitos

jaélcio santana/fs

Movimento Brasil Metalúrgico discute organização para resistir a retirada de direitos no setor

São Paulo – Metalúrgicos ligados a várias centrais sindicais pretendem promover, ao lado de entidades internacionais, uma “ação sindical mundial” de protesto contra a General Motors. A atividade, ainda sem data definida, inclui protestos em concessionárias e outras manifestações para denunciar o que chamam de “ameaças” da GM de fechar fábricas e reduzir direitos.

Nas últimas semanas, um comunicado da direção da empresa falava na possibilidade de encerrar atividades no Brasil, caso a montadora não voltasse a ter lucros. Em seguida, a GM apresentou aos sindicatos de metalúrgicos nas bases onde possui fábricas um pacote de medidas, que inclui aumento de jornada, congelamento de programas de participação nos resultados e redução do piso salarial, entre outros itens. A pauta foi rejeitada em assembleias.

Nesta sexta-feira (1º), o sindicato de São José dos Campos, no interior paulista, informou que os trabalhadores atrasaram a produção em uma hora e meia. As negociações prosseguem.

Parte das propostas da empresa tem como base a “reforma” da legislação trabalhista, em vigor há pouco mais de um ano. Os metalúrgicos pretendem fechar posição contra a aplicação dessas mudanças na cadeia produtiva.

O caso GM foi um dos principais tópicos da reunião realizada nesta sexta na sede do sindicato da categoria São Paulo, que reuniu dezenas de entidades, entre sindicatos, federações e centrais. Por videoconferência, participaram representantes de metalúrgicos do Canadá e dos Estados Unidos, além da IndustriALL Global Union, entidade sindical que representa trabalhadores no setor industrial em todo o mundo.

Em sua edição de hoje, o jornal Valor Econômico noticiou que a GM está negociando investimentos de R$ 9 bilhões no Brasil de 2019 a 2022, para modernizar sua linha de produção. A partir de 2023, com esperando aumento de receita de impostos, parte seria revertida em forma de incentivos fiscais.

A reunião do chamado Movimento Brasil Metalúrgico foi ampliada com a presença de sindicalistas de outros setores econômicos. Eles também discutiram a participação no dia de luta em defesa da Previdência, que será realizado no próximo dia 20, na Praça da Sé, em São Paulo. 

Na quinta-feira da semana que vem (7), todas as entidades também participarão de manifestações de solidariedade às famílias das vítimas de Brumadinho (MG), “exigindo punição exemplar dos responsáveis por este crime“.