de saída?

Sindicalistas rebatem ameaça da GM: trabalhadores não podem ‘pagar o pato’

Diretor da montadora ameaça deixar o Brasil e a América Latina se 'perdas' não forem revertidas em 2019. Empresa é líder do mercado brasileiro desde 2016

Divulgação/GM

Dona da marca Chevrolet responde por cerca de 20% das vendas de automóveis no Brasil

São Paulo – Sindicalistas rebateram nesta segunda-feira (21) declarações do presidente da General Motors Mercosul (GM), Carlos Zarlenga, que na última sexta-feira (19), em comunicado aos funcionários, disse que a empresa estuda abandonar os mercados do Brasil e da América Latina. A permanência da empresa dependeria da reversão de alegadas perdas que a GM teria registrado em 2018. 

Para os representantes dos metalúrgicos, o anúncio leva “apreensão” aos trabalhadores que, no entanto, ressaltam que a empresa anunciou lucro global de US$ 2,5 bilhões – equivalente a cerca de R$ 10 bilhões – no terceiro trimestre de 2018, e é líder de vendas no continente. No Brasil, lidera o mercado de automóveis desde 2016, e detém 20% das vendas de automóveis no país. 

“Repudiamos esta possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa”, diz a nota conjunta, que é assinada pelos presidentes dos sindicatos dos metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), de São Caetano do Sul (Força Sindical) e São José dos Campos (CSP-Conlutas) e pelas confederações nacionais do ramo metalúrgico (CNM/CUT e CNTM/Força). 

Segundo os sindicalistas, essa ameaça tem a ver com um trabalho de reorganização global da GM, que incluiria o fechamento de fábricas nos Estados Unidos e no Canadá. “Não aceitamos que a situação seja utilizada para reduzir mais direitos, nem demissões ou o fechamento de fábricas. Defendemos os empregos e queremos estabilidade!”, afirmam. 

Nesta terça-feira (22), representantes dos metalúrgicos se reunirão com a direção da empresa, em São José dos Campos, no interior paulista, para tratar do tema.