Trabalhadores rurais fazem greve de fome contra reforma da Previdência
Um frei e duas camponesas anunciaram, durante reunião da Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social Rural, que o jejum deve durar até que a proposta seja 'enterrada'
Publicado 05/12/2017 - 15h02
Frei classificou reforma da Previdência como um dos projetos “mais brutais da história” e anunciou “gesto extremo”
São Paulo – O frei Sergio Görgen e mais duas camponesas ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) anunciaram greve de fome contra a proposta de reforma da Previdência do governo Temer nesta terça-feira (5). Eles anunciaram que o jejum vai durar até que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que altera as regras de acesso à aposentadoria, seja “enterrada de uma vez por todas”.
“Avaliamos que, diante da forma brutal como eles vêm insistindo nessa injustiça descomunal, a gente não poderia mais ficar discutindo com os mecanismos normais de convencimento e de indignação. Tomamos a decisão de que nós iniciaremos uma greve de fome, aqui dentro do Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados”, afirmou o frei, durante reunião da Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social Rural, na Câmara, em Brasília.
O MPA alega que as declarações do relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), de que os trabalhadores rurais não serão afetados pela reforma são mentirosas, e servem para tentar criar divisão entre os trabalhadores do campo e os das cidades.
“Achamos que precisamos demonstrar através de gestos extremos, porque o que eles estão fazendo é algo extremo, e isso vai levar à fome de milhões e milhões de pessoas, além de outras consequências, de violência, de não acesso à saúde, de concentração da renda nos grandes centros urbanos.” Além do frei Görgen, também aderiram à abstinência alimentar Josi Costa e Leila Denise Meurer.