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Petroleiros começam amanhã greve em protesto contra desmonte da Petrobras

Com venda de ativos e cortes em investimentos, plano de negócios da empresa estatal ameaça milhares de trabalhadores terceirizados

Francisco José / FUP

Manifestação em 24 de agosto defendeu a retomada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) adiou para amanhã (7) a paralisação inicialmente marcada para hoje (6) em todas as unidades administrativas e operacionais da Petrobras, assim como nas instalações da Transpetro, subsidiária da estatal. Segundo a FUP, a paralisação é por por tempo indeterminado.

Os grevistas terão de respeitar efetivos mínimos e cotas de produção para não afetar a população. A greve ocorre em protesto contra o novo plano de negócios da Petrobras, que pode resultar em milhares de demissões de trabalhadores terceirizados e cortes de despesas.

“O novo plano prevê a venda de US$ 57,7 bilhões em ativos, além de cortes de US$ 76 bilhões em investimentos e despesas, ou seja, representa um verdadeiro desmonte da empresa, cujos impactos já estão ocorrendo em várias unidades do país, com milhares de demissões de trabalhadores terceirizados e cortes em despesas, que colocam em risco conquistas históricas da categoria”, afirma em nota a FUP.

A Federação dos Petroleiros manifesta-se também contra o Projeto de Lei 131, que pode ser votado a qualquer momento na Câmara dos Deputados. O texto retira da Petrobras a função de operadora única do pré-sal e acaba com a sua participação mínima em 30% dos campos exploratórios.

Em nota, a assessoria de imprensa da Petrobras manteve as informações já divulgadas de que se reuniu na última quinta-feira (3) com representantes da FUP para tratar das negociações sobre o Acordo Coletivo de Trabalho ACT deste ano. “A empresa se comprometeu a apresentar proposta para o ACT 2015 no próximo dia 10 e reafirmou seu compromisso de dialogo aberto com as entidades sindicais.”