São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários entregou na manhã de hoje (11) a pauta de reivindicações da campanha salarial à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A reunião foi realizada na sede da entidade patronal, na avenida Faria Lima, em São Paulo.

Entre os itens principais da pauta, está o índice de reajuste de 16%, que inclui aumento real (acima da inflação) de 5,7%.Os bancários também querem fixação do piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66, em valores de junho) e participação nos lucros ou resultados (PLR) equivalente a três salários, mais R$ 7.246,82 de parcela fixa adicional, além de 14º salário. A data-base é 1º de setembro.

A categoria pede ainda a valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 788). Os bancários reivindicam a manutenção do emprego e melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas.

“Por que os bancos continuam lucrando com a economia estagnada? Como as instituições financeiras são as principais detentoras dos títulos da dívida pública, elas ganham muito dinheiro quando a taxa Selic sobe e aumentam também as taxas de juros bancárias. Ou seja, ganham cobrando altos juros dos clientes”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional.

“E ganham também reduzindo seu quadro de funcionários: foram eliminados mais de 5 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses”, destaca Juvandia. “Com crescimento médio do lucro dos bancos de 21% somente no primeiro trimestre, os bancos têm condições de dar aos trabalhadores aumento real de 5,7%”, acrescenta.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, afirmou em entrevista publicada ontem (10) no site da entidade que a minuta da pauta “continuou no formato que já tinha, com 129 artigos, que serão negociados exaustivamente com a Fenaban. Resulta hoje numa convenção coletiva com 68 cláusulas contratadas. Então, temos de avançar bastante ainda”, afirma.

Também como parte do lançamento da campanha, será realizada a partir de meio-dia uma mobilização pelas ruas do centro de São Paulo.