Gestão Alckmin

Trabalhadores da USP aprovam moção de apoio à greve dos professores da rede estadual

Categoria faz assembleia nesta sexta-feira, às 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista

Roberto Parizotti/CUT

Em greve desde o dia 13 por valorização da profissão e da escola pública, os professores ganham a apoio do Sintusp

São Paulo – O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) divulgou hoje (26) moção de apoio aos professores da rede estadual paulista, em greve desde o último dia 13 por valorização profissional e por melhorias na rede pública. Em nota oficial, a entidade declara que os professores das escolas estaduais de São Paulo estão lutando pela educação e por suas condições de vida e de trabalho.

De acordo com a carta, as escolas estão sendo cada vez mais precarizadas pelos cortes promovidos pelo governo paulista, que fechou 3 mil salas de aula, superlotando as remanescentes, algumas delas chegando a ter mais de 100 alunos, e que as más condições de trabalho, em situações como essa, são agravadas com os baixos salários – o menor piso dos trabalhadores de nível superior de São Paulo.

Destacando a intransigência do governador Geraldo Alckmin, os trabalhadores da universidade lembram que no ano passado estiveram em greve por 118 dias. Além de se recusar a negociar, o reitor da USP cortou os salários dos grevistas.

Amanhã (27), os professores farão nova assembleia, às 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista. Esta semana, a presidenta do sindicato dos professores da rede estadual paulista (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, encaminhou ofício ao diretor de Jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, reivindicando ética, profissionalismo e imparcialidade na cobertura da greve pelos noticiários da emissora. De acordo com Maria Izabel, os jornais ouvem apenas a versão do governo estadual.

No último dia 14, o governador Alckmin desdenhou do movimento dos trabalhadores. Ao mesmo tempo que negou a paralisação dos professores, disse que a greve é uma novela que se repete todos os anos.

De acordo com a Apeoesp, o governo estadual diz que não há greve mas toma medidas autoritárias contra o movimento. Desde o último dia 18, circula nas redes sociais a denúncia de que o diretor de ensino substituto de Franca, Hugo César Tasso, teria mandado orientação aos diretores para proibir a entrada dos comandos de greve nas escolas para conversar com os professores.

Além disso, orientou a colocação de cartazes dizendo que a escola não está em greve, a enviar e-mails e outras mensagens aos pais para que mandem os filhos às escolas, a convocar professores eventuais para ministrar aulas no lugar dos professores grevistas.

O sindicato pede o apoio dos pais para que não mandem seus filhos à escola. E garante que as aulas serão repostas.