Campanhas

Petrobras faz nova proposta salarial, e petroleiros indicam aprovação

Segundo federação da categoria, aumento real é superior ao obtido no ano passado. Nos Correios, só parte dos sindicatos assinou o acordo coletivo

Fellipe Sampaio/tst

Vinte sindicatos de empregados da ECT fecharam acordo, na quarta-feira, evitando greve nacional da categoria

São Paulo – Os sindicatos de petroleiros devem aprovar a proposta apresentada pela Petrobras e fechar o acordo coletivo deste ano. Pelo menos esta foi a indicação do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne dirigentes da entidade e de sindicatos filiados. A estatal aumentou a sua proposta de reajuste, que segundo a FUP tem aumento real (acima da inflação) médio de 2,7%. A data-base da categoria é 1º de setembro, assim como a dos bancários, que seguem em negociação.

De acordo com a federação, a Petrobras elevou o reajuste da RMNR (remuneração mínima por nível e regime) de 7,58% para 9,71%, o que representa ganho real de 2,36% e 3%. A empresa também estenderá aos aposentados os aumentos de níveis recebidos em 2004, 2005 e 2006 – o equivalente a reajuste de 12,49% nos benefícios. A proposta contempla ainda aumento no valor do abono: 1,06% sobre a soma de RMNR mais ATS (adicional por tempo de serviço) ou R$ 7.668, o que for maior. O auxílio-almoço passa a R$ 848,32 e o vale-refeição, para R$ 916,30.

A FUP informou que será criado um fórum específico para discutir o aumento do efetivo. Um recente plano de demissões voluntárias na companhia teve 8.300 adesões.

Correios

O acordo coletivo dos Correios foi assinado apenas por parte dos sindicatos da categoria – 14 dos 30 filiados, segundo a Fentect, federação nacional dos trabalhadores. A proposta inclui uma gratificação de R$ 200, que deverá ser incorporada no ano que vem, aumento de 23 para 26 tíquetes (para jornada de segunda a sexta), no valor individual de R$ 30,13. A data-base é 1º de agosto.

Na última quarta-feira, houve audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que mediou a assinatura do acordo, o que acabou não ocorrendo por parte da Fentect. “Se, mesmo com as divergências, defendêssemos a categoria, estaríamos, todos, em uma greve nacional. Este seria o momento ideal para pressionar o governo, que precisa de votos para vencer as eleições, e conquistarmos um acordo coletivo mais adequado”, afirmou o secretário-geral da federação, José Rodrigues dos Santos Neto, de acordo com texto publicado na página da entidade na internet.

Segundo o TST, o reajuste ficou em 6,5%, pagos em forma de gratificação, com valor não inferior a R$ 200. O tribunal informou que 20 dos 36 sindicatos assinaram o acordo, o que representa em torno de 60% dos trabalhadores. Os outros seis, além dos 14 filiados à Fentect, são ligados a outra federação, Findect. Um sindicato, o da Bahia (Fentect) não se manifestou por estar sob intervenção judicial, disse o TST.

Para o vice-presidente do TST, ministro Ives Gandra Martins Filho, o acordo é histórico porque “ocorreu antes do ajuizamento do dissídio coletivo e de uma situação de greve”.