integração

Sindicalistas da CUT estudam unificação de confederações no setor industrial

Metalúrgicos, químicos, trabalhadores da construção, alimentação e vestuário participaram de encontro que também discutiu políticas de comunicação

São Paulo – Trabalhadores do ramo da indústria na base da CUT estudam a viabilidade de uma integração entre as diversas confederações. Estratégias para viabilizar essa unificação foram discutidas hoje (29), em São Paulo, em encontro que também debateu políticas de comunicação para o setor. Juntos, nossos setores representam cerca de 10 milhões de trabalhadores. Vamos trabalhar para a construção de uma única confederação da indústria na CUT, para que haja um contraponto à CNI”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres.

Participaram do 1º Encontro Nacional de Comunicação do Macrossetor da Indústria da CUT, além dos metalúrgicos, confederações dos trabalhadores na construção (Conticom), na alimentação (Contag), químicos (CNQ) e vestuário (CNTV). Eles avaliam também a formação de uma rede de informações para interligar essas entidades.

Para a secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, com o surgimento das redes sociais, que se tornaram um fenômeno de grande alcance, há necessidade de repensar a comunicação em rede e o tema deve ser prioridade para as próximas ações dos trabalhadores. “Hoje vivemos várias formas de tecnologia e várias formas de linguagens para levar as nossas mensagens. Temos de trabalhar com aquilo que envolve as pessoas, precisamos pensar a dramaturgia, os vídeos virais, as redes sociais, como estratégia de articulação com a nossa base”, avalia.

Segundo levantamento apresentado pela CUT, em 2012 a internet tinha 2,4 bilhões de usuários, o que representa um terço da população mundial. Destes, 1,1 bilhão fazem uso da rede social Facebook, e 750 milhões acessam a rede por plataforma móvel. O Brasil é a terceira nação no ranking mundial de pessoas que acessam a rede social, com 76 milhões de contas ativas. A cada minuto, 72 horas de vídeo surgem no Youtube, e a cada segundo um novo blog e criado.

“Estamos acompanhando uma nova forma de fazer mobilização e ainda não nos apropriamos disso. Esse debate vem num momento oportuno”, avalia o presidente da Conticom, Cláudio Gomes

O jornalista Lino Bocchini, criador do blog Falha de São Paulo e editor de mídia on-line da revista CartaCapital, afirma que a internet já não é algo elitizado e é necessário usar essas ferramentas. “Há uma geração de jovens que ficam na internet o dia todo e que tem milhares de seguidores nas redes. Esses caras, que estão formando a opinião do jovem brasileiro, são na verdade pessoas com boa retórica e carisma”, disse. “Criar uma teia entre todos os setores deve estar entre as prioridades de luta dos trabalhadores, porque todos os jornais e revistas estão super bem ordenados.”