fornecimento mantido

Sem acordo, trabalhadores da Eletrobras param por tempo indeterminado

Após três rodadas de negociação, greve visa a pressionar apresentação de nova proposta

Divulgação Eletrobras

A Eletrobras oferece reajuste de 6,49%, correspondente à variação da inflação, sem aumento real

São Paulo – Trabalhadores da Eletrobras em todo o país decidiram entrar em greve hoje (15) por tempo indeterminado. A categoria está em campanha salarial e reivindica reposição da inflação mais 3% de aumento real, auxílio-educação, revisão e melhoria no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, fortalecimento do setor elétrico estatal, extensão de plano de saúde aos aposentados e quatro parcelas no valor de R$ 750 cada, a título de abono compensatório para os vales refeição e alimentação. A data-base da categoria é 1º de maio.

A Eletrobras oferece três parcelas desse abono, e reajuste de 6,49%, correspondente à variação da inflação (IPCA-IBGE em 12 meses, até abril), o que não inclui aumento real. Também pretende congelar o adicional por tempo de serviço, o chamado anuênio.

A decisão foi tomada depois de três rodadas de negociação – a última no dia 4 – entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a direção da empresa. Segundo a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), a proposta, além de não contemplar ganho real, tem como meta a diminuição dos direitos para os futuros empregados.

Em nota, a direção da empresa argumenta que sua proposta “reflete um esforço muito grande” do governo federal e do sistema Eletrobras, “especialmente se considerarmos o cenário decorrente da redução de tarifa de energia elétrica aos consumidores brasileiros e a consequente necessidade do equilíbrio econômico-financeiro das empresas”.

A Eletrobras é responsável por 35,5% da geração de energia do Brasil e por 55% da distribuição. Tem 30 mil funcionários. São 37 usinas hidrelétricas, 120 termelétricas, três eólicas e duas termonucleares. A paralisação tem adesão em distribuidoras de diversos estados, como Alagoas, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, em setores que não afetam o fornecimento de energia aos consumidores.