Aeronautas e aeroviários ameaçam entrar em greve a três dias do Natal

Empresas mantêm proposta de reajuste de 3%, enquanto categorias pedem 10%

São Paulo – Aeronautas e aeroviários marcaram indicativo de greve para o próximo dia 22 diante do impasse nas negociações salariais. As categorias, com data-base em 1º de dezembro, reivindicam reajuste de 10% e de 14% para os pisos. As empresas mantêm a única proposta feita até agora de 3% de reajuste, cerca de três pontos percentuais abaixo da inflação acumulada de dezembro de 2010 a novembro de 2011 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) orientou os trabalhadores a manter o estado de greve, caso as negociações com o setor patronal não avancem. “Não podemos aceitar um reajuste menor do que a inflação, porque isso significaria que os trabalhadores teriam uma renda em 2012 menor do que a que têm hoje. Também não abrimos mão do aumento real dos salários (acima da inflação)”, diz Celso Klafke, presidente da Fentac.

Segundo a federação, as empresas aumentaram as passagens em 56% nos últimos 12 meses. “Portanto, o aumento que pedimos é justo e viável para as companhias”, afirma Klakfe.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, ressalta que a greve é colocada menos como uma “vontade” dos trabalhadores e mais como último recurso após três rodadas de negociação sem avanço. “É essa intransigência que está levando à greve. Não é o que nós queríamos, mas não podemos aceitar esse índice, que prejudica demais os aeronautas e os aeroviários”, afirma.

Nesta quinta-feira (15), os aeroviários farão manifestações nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Caso as empresas voltem a se reunir com os sindicalistas ainda nesta semana, a federação adianta que as categorias vão realizar novas assembleias, e a greve poderá ser evitada.