Petroleiros cobram reajuste real e se preparam para greve nacional

Após três rodadas de negociação com a Petrobras e nenhuma contraproposta de ganho real, FUP prepara seminário para discutir paralisações

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os sindicatos filiados estão organizando Seminário Nacional de Preparação de Greve para a próxima terça-feira (11). Em campanha salarial, a categoria decidiu em Conselho Deliberativo na última segunda-feira (3) que, caso a Petrobras não apresente contraproposta até o dia 17 de outubro, os funcionários entrarão com indicativo de greve ainda este mês. Já são três rodadas de negociação sem respostas.

Foi determinado também que as entradas para os turnos de trabalho sejam atrasados em no mínimo duas horas, inclusive o dos funcionários administrativos no dia 19, dia nacional de mobilização pelas reivindicações da categoria.

A Petrobras enviou minuta à FUP com a antecipação da reposição da inflação (7,23%, calculado pelo IPCA, acumulado do período entre setembro de 2010 e agosto de 2011), retroativo à 1º de setembro. Porém, a negociação coletiva continua. Os trabalhadores reivindicam aumento real de 10% acima da inflação, além de incluir na convenção questões sociais como o fim das práticas antissindicais, igualdade de direitos, melhoria dos benefícios e defesa da vida.

Acidentes de trabalho

No último dia 26 de setembro, a FUP levou às negociações com a Petrobras a questão de segurança dos trabalhadores. As queixas são contra a insegurança nas plataformas e refinarias, que já vitimaram 283 trabalhadores em acidentes no serviço de 1995 a 2010. Este ano, 15 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobras. Em agosto foram oito casos. Na maioria deles, são funcionários de empresas terceirizadas que não tinham acesso a equipamentos de segurança nem a devido treinamento.

Os petroleiros defendem ainda a mudança da gestão de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) da empresa que, segundo eles, coloca em risco a vida dos trabalhadores,  leva à subnotificação dos acidentes e deixa de propor mudanças estruturais que tornem o local de trabalho mais seguro.