Metalúrgicos do ABC definem rumos da campanha salarial nesta quarta-feira

Sem avanço nas propostas econômicas, trabalhadores de autopeças e forjaria cogitam greve

São Paulo – Os metalúrgicos da região do ABC dos grupos de fundição, estamparia, maquinas e eletrônicos, autopeças e trefilação realizam assembleia na quarta-feira (14) para discutir as propostas recusadas em negociação nas últimas semanas na regional de Diadema (SP), na região metropolitana da capital. Até os rumos da campanha salarial serem definidos pelos trabalhadores, as negociações e mobilizações nas fábricas continuam.

Nos últimos encontros dos representantes da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT-SP) com a bancada patronal, os índices entre 0,74% e 1,49% de aumento real propostos pelas empresas desagradaram os sindicalistas. Cerca de 70 mil metalúrgicos dos grupos ainda em negociação reivindicam reposição integral da inflação e aumento real, valorização dos pisos salariais, licença maternidade de 180 dias, organização sindical no local de trabalho e jornada máxima de trabalho 40 horas semanais sem redução no salário.

Os trabalhadores do grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) prometem paralisações, caso a bancada patronal não avance nas propostas econômicas. O presidente da federação, Valmir Marques, o Biro Biro, alerta que o prazo é esta quarta. “A pressão dos trabalhadores tem sido grande, porque estamos no mês da data-base e os índices apresentados pelos empresários não atendem à categoria”, disse. O índice apresentado ao grupo foi de 8,3%.

Os grupos 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros) e 10 (sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros) estão em negociação nesta terça-feira (13).

No final de agosto, os trabalhadores da Volkswagen, Scania, Ford, Mercedes-Benz e Toyota na região do Grande ABC conquistaram reajuste salarial por dois anos com aumento real de 5%, além de reposição salarial, e abono. No mês de setembro, os metalúrgicos da região irão receber aumento de 10%, superando 2,55% a inflação, além da licença-maternidade de 180 dias.