Greve termina em 28 unidades da Embrapa

Acordo apresentado pela empresa, que oferece reajuste de 6,51%, foi rejeitado por trabalhadores de outras dez unidades

São Paulo – Após uma semana em greve, os trabalhadores de 28 seções da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aprovaram na sexta-feira (1º) proposta apresentada pela empresa e voltaram ao trabalho. Outras dez a rejeitaram e mantiveram a paralisação. O acordo, que concede aumento salarial de 6,51% e reajusta o valor do vale-refeição em 25% que passa de R$ 20 para R$ 25, será assinado nos próximos dias.

Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), pelo  acordo os funcionários também vão receber aumento no auxílio-creche, que passará de R$ 329,46 para R$ 350,90; ampliação de 10 para 12  faltas anuais, sem desconto em folha de pagamento, em caso de ausência justificada para acompanhar familiares em primeiro grau em tratamento de saúde; ampliação do auxílio-paternidade em dois dias e reconhecimento de atividades periculosas.

A Embrapa se comprometeu a não punir trabalhadores grevistas com processos administrativos e a abonar metade dos dias parados. Ou seja, não haveria descontos em folha de pagamento, mas esses trabalhadores terão até 31 de abril do ano que vem para compensar metade desse período em que não trabalharam. Esses pontos, no entanto, continuarão a ser negociados pelo Sinpaf em reunião marcada para esta terça-feira (5).

A revisão do Plano de Carreiras (PCE) da categoria, também reivindicada, foi garantida pela Embrapa, que ainda necessita de autorização do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento.

Para Vicente Almeida, presidente do Sinpaf, apesar de alguns pontos ainda estarem sendo discutidos, o acordo pode ser considerado um avanço.  “Esse processo demandará muita mobilização, não só dos representantes sindicais que estarão nessa comissão, mas também dos trabalhadores. No entanto, estamos cientes de que o caminho para a vitória será pavimentado com a força e a união que demonstramos nos últimos dias”, comemorou.

Entre as unidades que continuam paralisadas estão as de Dourados, Campinas e Jaguariúna, Agroindústria de Alimentos, Caprinos, Embrapa Algodão, Gado de Leite, Cerrados, Recife, Aracaju, Amazonas, Amapá e Sete Lagoas. Durante a última semana, os serviços de manutenção funcionaram em esquema emergencial.