Bancos não aceitam contratar e negociações não avançam

São Paulo – A terceira rodada de negociações entre bancários e representantes da Federação Nacional de Bancos (Fenaban) não apresentou avanços. Na quarta-feira (8) e nesta quinta-feira (9), não foram […]

São Paulo – A terceira rodada de negociações entre bancários e representantes da Federação Nacional de Bancos (Fenaban) não apresentou avanços. Na quarta-feira (8) e nesta quinta-feira (9), não foram aceitas as reivindicações dos trabalhadores de melhores condições de trabalho, mais contratações, fim da terceirização e das dispensas imotivadas. 

Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo Paulo Osasco e região, Juvandia Moreira, os bancos geraram somente 0,61% dos postos criados no país no primeiro semestre deste ano. “Melhorar as condições de trabalho em uma categoria que adoece por conta do ritmo intenso de trabalho, passa por mais contratações. E os bancos têm a obrigação de gerar mais empregos, melhorar o atendimento e às condições de saúde e segurança dos funcionários”, disse a integrante do Comando Nacional dos Bancários.

Pauta de reivindicações

  • Reajuste Salarial de 11%
  • PLR – três salários mais R$ 4 mil
  • Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88)
  • Vales Alimentação e Refeição – Salário Mínimo Nacional (R$ 510)
  • PCCS – Para todos os bancários
  • Auxílio-educação – pagamento para graduação e pós.
  • Emprego – Ampliação das contratações, combate às terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (contra demissões imotivadas)
  • Cumprimento da jornada de 6 horas
  • Fim das metas abusivas
  • Fim do assédio moral
  • Mais segurança nas agências bancárias
  • Previdência complementar para todos os trabalhadores
  • Contratação da remuneração total
  • Igualdade de oportunidades

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, criticou a intransigência dos bancos. “Os banqueiros precisam saber que, sem solucionar essas questões, os bancários vão para a greve”, afirmou.

História

Segundo os bancários, o número médio de funcionários por agência diminuiu de 33 em 1990 para 24 em 2008. Em 1993 cada bancário era responsável por 67 contas correntes, no final do anos 2000 cada um cuida de 274 – variação de mais de 300%.

A próxima rodada de negociações ocorre nos dias 15 e 16, voltada para as reivindicações econômicas (reajustes salariais). Na véspera, dia 14, os bancários prometem um Dia Nacional de Luta da Campanha Nacional Unificada 2010.

Na década de 1980 existiam mais de um milhão de bancários em todo o Brasil. Desde então, por causa de fusões, terceirizações e da informatização, o número foi reduzido pela metade. Atualmente 460 mil pessoas compõem a categoria.