Metalúrgicos fazem greve no ABC na Ford, Mercedez-Benz e mais 4 empresas

Paralisações integram semana de mobilização para pressionar empresas a atender a pauta de reivindicações

Metalúrgicos do grupo Grupo Dana em Diadema param até sábado. Em São Bernardo, metalúrgicos de seis empresas se mobilizam (Foto: Raquel Camargo)

Trabalhadores na Mercedes-Benz, Scania, Ford, Rassini, Mahle Metal Leve e Karmann Ghia, todas de São Bernardo do Campo (SP), vão parar a produção das fábricas na manhã desta quinta-feira (10) para reivindicar aumento real de salário. Com data-base em setembro, os metalúrgicos do ABC e de todo estado de São Paulo estão em campanha salarial.

Em Diadema, 1.300 trabalhadores no Grupo Dana cruzam os braços até este sábado (12). Caso não haja acordo até lá, a categoria pode manter a paralisação.

A mobilização em São Bernardo começou às 7h. Trabalhadores da Rassini se juntarão aos da Ford e seguirão em passeata até a Rua 31 de Março, onde se juntarão aos trabalhadoes da Mercedes para a manifestação principal. Trabalhadores da Scania e Karmann Ghia se concentração em frente à portaria principal da Scania.

As paralisações integram semana de mobilização organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para pressionar empresas a atender a pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano – a principal é o aumento real de salário. A mobilização da categoria prossegue até este sábado (12), quando será realizada assembleia geral decisiva na sede do Sindicato.

No último dia 4, assembleia com mais de 5 mil metalúrgicos realizada no Sindicato rejeitou, por unanimidade, a proposta salarial das montadoras (Sinfavea) e das autopeças (Sindipeças) de repor apenas a inflação do período (que deve ficar em 4,7%) sem aumento real.

Negociação

A bancada patronal das montadoras manteve a proposta de apenas a reposição da inflação do período da data-base da categoria (1º de setembro – estimada em 4,7%, segundo o INPC-IBGE), sem aumento real. Uma nova rodada de negociação foi marcada para sexta-feira (11), com as bancadas do G3, às 9h30, na sede do Sindipeças, e das Montadoras, às 14h, na sede do Sinfavea. 

A bancada patronal do Grupo 2 (que reúne os setores de máquinas e eletroeletrônicos) também apresentou como proposta apenas a reposição da inflação, sem aumento real.

O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos de São Paulo (FEM-CUT), Valmir Marques, o Biro Biro, afirma que esta proposta não contempla a categoria metalúrgica, que reivindica além da inflação do período da data-base, aumento real no salário e valorização nos pisos. “Na próxima semana, dia 17, teremos uma nova rodada e esperamos que a bancada patronal nos apresente uma contraproposta satisfatória”, enfatiza.