Divisão de vereadores de São Paulo entre pré-candidatos do PT reforça prévias
Ministro da Educação, Fernando Haddad, é o preferido de Lula, mas esbarra na falta de contato com a militância. Lideranças na Câmara Municipal estão divididas
Publicado 05/09/2011 - 18h28
São Paulo – A divisão entre os vereadores petistas de São Paulo pode reforçar a disputa interna para a escolha do nome que irá representar o partido na próxima eleição municipal, em 2012. Uma parcela mostra-se fechada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ideia de investir no ministro da Educação, Fernando Haddad. Outros seguem a mais bem colocada em pesquisas de intenção de votos, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP). Há ainda parlamentares que articulam a candidatura do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), outro nome forte entre a militância paulistana.
A disputa entre os vereadores do partido indicam que um consenso está distante de ser encontrado neste momento. Dos 11 vereadores que compõe a bancada do PT, três estão empenhados em emplacar a candidatura de Haddad; outros três declaram apoio a Tatto, e o restante ainda não definiu posição publicamente.
Pela proximidade política histórica entre Marta e os parlamentares da família Tatto, um acordo entre as partes é visto como uma definição relativamente próxima. Aliados em diversas ocasiões nas disputas partidárias, Tatto só teria viabilidade se a ex-prefeita desistisse de ser pré-candidata. Pelo teor de suas declarações nesta segunda-feira (5), diante dos resultados de levantamento do Datafolha, ela parece ser cada vez mais certa de que quer disputar.
Por outro lado, a força de ter Lula como aliado pode turbinar a preferência pelo ministro da Educação. Durante um seminário da bancada do PT, na segunda-feira (5), o vereador Alfredinho, um dos que defendem a escolha de Haddad, afirmou que a grande quantidade de postulantes à disputa tende mesmo a resultar em uma prévia.
“Diante do processo que o Diretório Municipal deflagrou, durante as caravanas e na vontade de vários candidatos em disputar a prefeitura de São Paulo, nós vamos seguir a rotina normal, se tivermos de ter uma prévia, vamos ter. O candidato escolhido pela militância vai ser o candidato do partido”, explicou o vereador.
Na pesquisa Datafolha divulgada na segunda, Marta aparece como a favorita para as eleições municipais que ocorrerão em 2012. Com 29% da intenções de voto, a ex-prefeita aparece mais de 10 pontos percentuais à frente do segundo colocado, José Serra (PSDB). O ex-governador e candidato derrotado à presidência da República em 2002 e 2010, que também é ex-prefeito paulistano, obteve 18% das intenções de voto. O preferido de Lula para a disputa, atual ministro da Educação, Fernando Haddad, ficou com 2% de preferência quando é incluído no cenário.
Alfredinho chegou a dizer que, dentro do partido, já se trabalha até com datas para a prévia. “O que vai pesar, independentemente da vontade do Lula ou de qualquer outro dirigente, vai ser a vontade da militância, que será deflagrada nas prévias. É isso que vai ser respeitado nas prévias do dia 27 de novembro e, se houver segundo turno, dia 11 de dezembro”, disse o vereador.
Outro participante do encontro petista, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloízio Mercadante, não escondeu que trabalha por um consenso em torno de um candidato único. “Eu já fui candidato com prévia e foi difícil a unidade do partido, já fiz campanha sendo candidato único do partido e foi muito importante para fortalecer nossa trajetória e a luta. O importante é a unidade do partido”, explicou o ministro. Mercadante deixou claro que seu nome está fora da disputa.
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