Fora da disputa, Mercadante pede unidade e não descarta Kassab como aliado do PT

Para ministro, todos os pré-candidatos petistas têm condições para fazer um bom governo em São Paulo. Acordo com atual prefeito, só no segundo turno

Ministro Mercadante participou de um seminário da bancada de veradores do PT em São Paulo (Foto: Agência Senado)

São Paulo – No mesmo dia em que uma pesquisa de opinião foi divulgada colocando a senadora e ex-prefeita paulistana, Marta Suplicy (PT), na frente pela disputa da prefeitura em São Paulo, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, do mesmo partido, anunciou que não é pré-candidato ao cargo. Nesta segunda-feira (5), ele disse estar fora de qualquer disputa interna para a escolha do indicado do PT à sucessão municipal. O ministro ainda pediu unidade em torno do nome escolhido, quando essa definição vier, e não descartou uma aliança com o PSD, partido articulado pelo atual prefeito da capital, Gilberto Kassab (ex-DEM).

A pesquisa divulgada nesta segunda pelo Datafolha coloca Marta como a favorita para as eleições municipais que ocorrerão em 2012. Com 29% da intenções de voto, a ex-prefeita aparece mais de 10 pontos percentuais à frente do segundo colocado, José Serra (PSDB). O também ex-prefeito paulistano obteve 18% das intenções de voto. O preferido de Lula para a disputa, atual ministro da Educação, Fernando Haddad, ficou com 2% de preferência.

Até então principal concorrente de Marta dento do PT para a disputa, Mercadante anunciou que já tirou o time de campo e deixará o caminho livre para os demais postulantes. O ex-senador disse que todos os pré-candidatos têm plenas condições de fazer uma boa campanha e um excelente governo na capital. Os pré-candidatos são, além de Marta e Haddad, os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto.

“Eu já comuniquei formalmente que eu não serei candidato em São Paulo”, disse. Segundo ele, quando o ex-presidente Lula o “indicou para ministro”, já havia ponderado que não seria adequada uma permanência de pouco mais de um ano no governo para depois sair candidato. “A presidenta Dilma (Rousseff) pediu para que eu ficasse no governo, disse que considera meu trabalho de excelente qualidade e que eu teria muito apoio neste ano”, explicou o ministro.

Alianças, por que não?

Colocando as alianças como questão central de uma boa campanha, Mercadante listou, entre os parceiros favoritos para conversas futuras, legendas mais ou menos próximas historicamente. A começar por siglas como PCdoB e PSB, o ministro ainda incluiu agrupamentos que compõem a base de sustentação de Dilma no Congresso Nacional – como PR, PDT, PRB e PMDB.

O ministro não descartou sequer o PSD, apesar de o PT fazer oposição à gestão de Kassab na cidade. “O PT na capital é oposição, se manteve assim durante todo o processo, mas é positivo que ele (Kassab) tenha saído do DEM e tenha buscado um outro caminho, com mais diálogo e negociação. Isso é positivo, acho que temos de buscar diálogo, mas isso não significa que não possamos ter uma candidatura própria – e teremos”, avaliou.

Com a liderança de Marta, a tendência de prévias para decidir quem será o candidato em São Paulo ganhou força entre as lideranças da capital. Mesmo se colocando à favor de um nome que conquiste a unidade, Mercadante não descartou as prévias. “É democrático (ter prévias) quando se tem mais que uma liderança com história e representatividade, mas como ainda não está marcada oficialmente, nós temos tempo de construir uma candidatura única, e eu trabalharei para esse cenário”, afirmou o ex-senador.

Mesmo com o ministro colocando as prévias como uma possibilidade, o vereador Alfredinho (PT) afirmou que elas já são dadas como certas, até com data marcada. “O que vai pesar, independentemente da vontade do Lula ou de qualquer outro dirigente vai ser a vontade da militância, que será deflagrada nas prévias. É isso que vai ser respeitado nas prévias do dia 27 de novembro e, se houver segundo turno, dia 11 de dezembro”, revelou o vereador.

Mercadante ainda deixou seu palpite sobre o tema – que entrará como pauta principal no embate de ideias e projetos para a disputa eleitoral na capital. Ele considera que questões ligadas à qualidade de vida serão destacadas pelos candidatos, cabendo a eles apresentarem “soluções criativas, inovadoras e ousadas para resolver os grandes problemas de São Paulo.”

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