Comissão da Assembleia Legislativa paulista procura soluções para que práticas muitas vezes identificadas como crimes comuns deixem de ser 'tradição'

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de São Paulo, que investiga casos de violação dos direitos humanos nas universidades paulistas, havia convocado para esta quinta-feira (22/01), sete alunos da Faculdade de Medicina da PUC de Campinas. Os estudantes, apontados por vítimas como autores de trotes violentos, não compareceram à sessão sem qualquer justificativa. A ausência coletiva foi considerada pelo presidente da CPI, deputado Adriano Diogo (PT-SP) como uma manobra. Reportagem Marilu Cabañas

O reitor da Universidade de São Paulo, Marco Antonio Zago, compareceu nesta quarta-feira (21/01), à audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada para investigar casos de violação dos direitos humanos nas universidades paulistas. Zago prometeu reabrir sindicâncias de casos de abuso mal esclarecidos nas várias faculdades e informou que Comissão de Direitos Humanos da USP deve liderar processo de apuração e acolhimento às vítimas junto a outras instituições dentro da universidade.

Ingestão de vômito alheio, de fezes e urina na cabeça estariam entre as práticas promovidas em trote na instituição de ensino no interior de São Paulo, segundo depoimento de aluno

Esquema teria estrutura de poder baseada na hierarquia, na qual a ponta superior teria a participação ou anuência de professores da instituição

Nomes dos membros da comissão foram publicados no Diário Oficial. Uma de suas primeiras iniciativas será convocar o diretor da Faculdade de Medicina, José Otavio Costa Auler Júnior

Para o sociólogo Antônio Almeida, a cultura de trotes violentos em universidades colabora para uma 'formação social muito distorcida'. Ele destaca importância de denúncia feita por estudantes na Assembleia Legislativa de SP

O diretor da Faculdade de Medicina da USP, José Otávio Costa Auler Junior tentou barrar a audiência pública realizada na última terça-feira (11/11), na Assembleia Legislativa de São Paulo, que apura estupros e outros tipos de violência durante festas e trotes na instituição. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, deputado Adriano Diogo (PT-SP), vai convocar o diretor da Faculdade de Medicina para depor. Reportagem Marilu Cabañas.

Atitude de alunos que hostilizaram grupo feminista na USP de São Carlos foi rechaçada por movimentos e provocou mobilização