Cientista brasileiro recebe prêmio do governo americano

Miguel Nicolelis recebe segundo prêmio de institutos nacionais de saúde dos EUA em um ano

Nicolelis foi agraciado por trabalhos relacionados ao Mal de Parkinson (Foto: Jailton Garcia)

São Paulo – O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, no estado americano da Carolina do Norte, e do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na França, foi agraciado pelo Director’s Transformative R01 Award, concedido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Nicolelis é também professor e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), localizado na capital do Rio Grande do Norte.

O prêmio, no valor aproximado de US$ 4 milhões, reconhece o arrojo, a criatividade e o alto impacto de seu trabalho para o desenvolvimento de um novo método para o tratamento do Mal de Parkinson. 

A terapia pesquisada pelo brasileiro e seu grupo consiste na estimulação elétrica na medula espinhal – e não no cérebro – para o tratamento da doença degenerativa do sistema nervoso central. Experimentos com camundongos com a capacidade motora interrompida recuperaram os movimentos poucos segundos após o dispositivo ser acionado.

Segundo Nicolelis, as opções de tratamento atuais para o Parkinson estão frequentemente associadas a efeitos colaterais, costumam perder a eficácia com o passar do tempo ou são invasivas. O estímulo da espinha dorsal é fácil de ser feito, significativamente menos invasivo e tem o potencial de uso generalizado em conjunto com medicamentos normalmente usados.

Nicolelis é o primeiro cientista premiado duas vezes no mesmo ano. No final de julho, ele recebeu outro prêmio da mesma instituição, ligada ao governo norte-americano, no valor de US$ 2,5 milhões para investir em suas pesquisas no campo da interface cérebro-máquina. O grupo do brasileiro tem comprovado que humanos e outros primatas podem usar a atividade elétrica derivada de seus cérebros para controlar diretamente o movimento de dispositivos artificiais e complexos, como próteses e ferramentas computacionais. O conhecimento resultante de suas pesquisas colaboram com a evolução da tecnologia da qual ele é pioneiro.

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