Cientista brasileiro recebe prêmio do governo americano
Miguel Nicolelis recebe segundo prêmio de institutos nacionais de saúde dos EUA em um ano
Publicado 01/10/2010 - 13h21
São Paulo – O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, no estado americano da Carolina do Norte, e do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na França, foi agraciado pelo Director’s Transformative R01 Award, concedido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Nicolelis é também professor e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), localizado na capital do Rio Grande do Norte.
O prêmio, no valor aproximado de US$ 4 milhões, reconhece o arrojo, a criatividade e o alto impacto de seu trabalho para o desenvolvimento de um novo método para o tratamento do Mal de Parkinson.
A terapia pesquisada pelo brasileiro e seu grupo consiste na estimulação elétrica na medula espinhal – e não no cérebro – para o tratamento da doença degenerativa do sistema nervoso central. Experimentos com camundongos com a capacidade motora interrompida recuperaram os movimentos poucos segundos após o dispositivo ser acionado.
Segundo Nicolelis, as opções de tratamento atuais para o Parkinson estão frequentemente associadas a efeitos colaterais, costumam perder a eficácia com o passar do tempo ou são invasivas. O estímulo da espinha dorsal é fácil de ser feito, significativamente menos invasivo e tem o potencial de uso generalizado em conjunto com medicamentos normalmente usados.
Nicolelis é o primeiro cientista premiado duas vezes no mesmo ano. No final de julho, ele recebeu outro prêmio da mesma instituição, ligada ao governo norte-americano, no valor de US$ 2,5 milhões para investir em suas pesquisas no campo da interface cérebro-máquina. O grupo do brasileiro tem comprovado que humanos e outros primatas podem usar a atividade elétrica derivada de seus cérebros para controlar diretamente o movimento de dispositivos artificiais e complexos, como próteses e ferramentas computacionais. O conhecimento resultante de suas pesquisas colaboram com a evolução da tecnologia da qual ele é pioneiro.
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