Brasil recebe supercomputador capaz de colaborar com estudos do mal de Parkinson

Computador doado por suíços ajudará em pesquisas de várias áreas, inclusive doenças neurodegenerativas

O neurocientista Miguel Nicolelis (Foto: Jailton Garcia)

São Paulo – Com uma doação da Suíça, o Brasil entra para a lista dos países que contam com um supercomputador para estudos na área de neurociência, o que permite avanços em pesquisas do mal de Parkinson e outras doenças. O acordo de colaboração científica entre os governos brasileiro e suiço será assinado nesta segunda-feira (30) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo conselheiro federal do governo suiço, Didier Burkhalte, na Congregação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Visando uma compreensão mais profunda da gravidade de doenças neurológicas, o computador será doado para a Associação Alberto Santos Dumont para o Apoio à Pesquisa (AASDAP), organização brasileira presidida pelo neurocientista Miguel Nicolelis.

O supercomputador vem da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), é um BlueGene/L, da IBM, com capacidade de 22 trilhões de operações por segundo (teraflops). Com sua configuração final, o equipamento será capaz de processar 46 teraflops.

Em novembro de 2009, quando o acordo de cooperação técnica entre os dois países foi fechado, a EPFL comunicou também a criação da Cátedra em Neuroengenharia EPFL-NATAL, que será gerida pela AASDAP no Rio Grande do Norte.  Inclui-se aí o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), que faz parte do Campus do Cérebro, em Macaíba, onde será abrigada a máquina.

Na ocasião, Miguel Nicolelis informou que poucos países do mundo têm o mesmo equipamento. “O supercomputador também poderá ser utilizado por outras universidades, institutos federais e mesmo escolas da educação básica, para pesquisas e simulações em matemática, física e outras disciplinas”, afirmou.

Nicolelis apresentará na cerimônia de assinatura, os detalhes da utilização do 14 BIS-21 – nome dado à supermáquina. O neurocientista, renomado internacionalmente nos estudos da interface cérebro-máquina, prevê múltiplos usos para o supercomputador em diversas áreas do conhecimento.

Além de processar e analisar informações em tempo real as atividades do cérebro humano, ele tem capacidade para atuar na área climática, no processamento do petróleo, na biologia molecular, e ainda pode servir para o desenvolvimento de uma plataforma computacional voltada para a educação científica.