São Paulo – O surto de febre maculosa na região de Campinas provocou alerta inesperado em São Paulo. No entanto, a doença é bastante conhecida no interior do estado. Já foram confirmadas no atual surto, pelo Instituto Adolfo Lutz, quatro mortes provocadas pela enfermidade, transmitida principalmente pelo carrapato-estrela. Evento na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, é o local provável de infecção das vítimas.

A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas pela bactéria Rickettsia rickettsii, por meio da picada do carrapato. Mas a doença tem também outros vetores, como outros carrapatos e a pulga.

As recomendações do Ministério da Saúde para evitar a doença começam por evitar locais onde esses transmissores são comuns. Caso haja necessidade de ir a regiões onde possa haver esses carrapatos, é importante a pessoa utilizar roupas claras, para identificar mais rapidamente o artrópode, que é comum em regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou áreas de vegetação alta.

Não deixar a pele exposta

Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, diz o ministério, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva. Em visita a áreas de risco, os especialistas alertam para que as pessoas verifiquem periodicamente se há carrapatos nas roupas ou pele.

Outra recomendação é que pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.

Caso encontre carrapatos no corpo, a indicação é que o bicho seja removido com uma pinça. Não é recomendado usar objetos aquecidos ou agulhas, nem apertar ou esmagar o carrapato, mas puxá-lo com a pinça inteiro, de maneira “seca” e firme.

Os principais sintomas da doença são febre alta e súbita, dor de cabeça, abdominal e muscular e manchas avermelhadas no corpo. Também podem haver erupções no local da picada do carrapato.

Mais de 2 mil casos em 10 anos

Em 2023, o estado de São Paulo registrou 12 casos de febre maculosa. Desses, quatro evoluíram para cura, seis para óbitos e dois estão em investigação. Neste ano já foram confirmados 53 casos da doença no Brasil, dos quais oito resultaram em óbitos. A maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul.

De janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, o Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa, segundo o Ministério da Saúde. A região Sudeste lidera as notificações, com 1.292 registros.

* Com informações da Agência Brasil e Ministério da Saúde

Leia mais:

• Pesquisadores brasileiros buscam vacinas para febre maculosa em ascensão