Sem respiro

Síndrome respiratória em crianças está em ‘ascensão significativa’, alerta Fiocruz

Nesta quinta-feira, Brasil registrou 485 mortes e mais de 49 mil casos de covid-19. Mas pesquisadores afirmam que casos entre crianças pararam de cair

Agência Brasília
Agência Brasília
Crescimento acentuado nos casos de síndrome respiratória entre crianças mara o período da volta às aulas

São Paulo – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para “ascensão significativa” nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. Os dados são do boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (17), para o período entre 6 de fevereiro e 12 de março. Para o restante da população, o cenário é de queda nos casos de SRAG, segundo os pesquisadores.

“No agregado nacional observa-se cenário de queda em todas as faixas etárias da população, exceto nas crianças de 0-4 a 5-11 anos que mantém sinal de crescimento acentuado desde o início de fevereiro de 2021, período de retomada do ano letivo”, diz o documento.

De acordo com os pesquisadores, os dados laboratoriais preliminares sugerem possível aumento nos casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) na faixa etária até 4 anos. E também apontam para a interrupção de queda nos casos associados ao SARS-CoV-2 (covid-19) na faixa de 5 a 11 anos.

O boletim também mostra sinal de queda na curva nacional dos casos de síndrome respiratória nas últimas seis semanas. No entanto, no curto prazo (últimas três semanas), dá indícios de possível início de estabilização. Eles comparam esse cenário ao patamar registrado no final de outubro do ano passado. Foi quando o Brasil registrou o menor número de casos de covid-19, após o fim da onda causada pela variante delta, antes do aparecimento da ômicron.

Por outro lado, a covid-19 é responsável por 97,3% nos casos de SRAG que deram positivo para algum vírus. Nesse sentido, também continua respondendo pela ampla maioria (86,7%) dos casos testados. Em menor nível, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) foi diagnosticado em 6,5% dos casos, seguido pelos vírus da gripe (Infuenza A e B), com 1%.

Distribuição regional

Apenas Distrito Federal, Espírito Santo e Roraima apresentaram tendência de crescimento dos casos de SRAG no longo prazo. Entretanto, Ceará, Maranhão, Sergipe e Tocantins apresentaram sinais de crescimento nas últimas três semanas. Em todas essas localidades, os dados por faixa etária sugerem tratar-se de cenário restrito à população infantil.

Do mesmo modo, entre as capitais, houve registros de alta no longo prazo em Boa Vista e Fortaleza. Ademais, João Pessoa, Porto Velho e Salvador também verificaram aumento dos casos de SRAG nas últimas semanas. Com exceção da capital de Rondônia, o aumento de casos foi principalmente entre as crianças.

Balanço da covid no Brasil

Hoje, o Brasil registrou 485 mortes pela covid-19, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). É o maior número registrado em uma semana. Ainda assim, a média móvel semanal de óbitos continua caindo, e ficou em 334/dia, menor índice desde 25 de janeiro.

Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde registraram 49.601 casos da doença. A média móvel de casos também voltou a cair, para 39.677/dia. Assim, é a primeira vez desde 10 de janeiro que a média móvel semanal de casos fica abaixo dos 40 mil.

No total, já são 656.425 mortes pela covid-19 oficialmente registradas e mais de 29,5 milhões de casos da doença.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass


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