Perspectivas

OMS sinaliza fim da pandemia, mas aumento nas mortes preocupa no Brasil

Enquanto a OMS afirma que fim do alerta da covid-19 “está mais próximo”, vírus segue em ascensão no Brasil. MOrtes aumentaram 138% em 14 dias

GOV-RJ
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"As lacunas na vigilância, nos testes, no sequenciamento e na vacinação seguem criando as condições perfeitas para o surgimento de uma nova variante"

São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o mundo pode estar próximo do fim da pandemia de covid-19. Embora subvariantes ainda exijam cautela, o avanço da vacinação e da tecnologia dos imunizantes favorecem o prognóstico. “A OMS estima que ao menos 90% da população mundial têm agora algum nível de imunidade à covid-19, devido a uma infecção anterior ou à vacinação”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

Tedros concedeu uma entrevista sobre o tema na tarde de hoje (2). Em primeiro lugar, ele reforçou que “estamos muito mais perto de poder dizer que a fase de emergência da pandemia terminou”. Contudo, ele avalia que “ainda não chegamos lá”. Um dos motivos que dificulta a superação da covid-19 é a falta de ações de vigilância dos governos, além do fenômeno do negacionismo científico.

“As lacunas na vigilância, nos testes, no sequenciamento e na vacinação seguem criando as condições perfeitas para o surgimento de uma nova variante preocupante que pode causar mortalidade significativa”, disse. Tedros lembrou que a variante ômicron foi identificada pela primeira vez há um ano. Ele pediu por atenção redobrada às autoridades para evitar que uma nova linhagem supere a ômicron com suas subvariantes. A OMS calcula que cerca de 500 subvariantes da ômicron circulam no planeta neste momento.

Nova onda

Embora existam perspectivas positivas, o cenário ainda é de alerta por conta da nova onda de casos e internações. Hoje, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) notificou 129 vítimas. Com estes mortos, o país superou as 690 mil vítimas, sem contar com a subnotificação. A média móvel de vítimas, calculada em sete dias, atingiu o maior patamar em 56 dias. Hoje, o índice está em 90. De fato, trata-se de um aumento de um aumento de 138% apenas nos últimos 14 dias.

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Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

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