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OMS: sequelados pela covid-19 passam de 2,8 milhões

Estimativa da Organização Mundial da Saúde divulgada nesta semana indica que de 10% a 20% dos curados desenvolvem debilidades provocadas pelo coronavírus

Leopoldo Silva/Agência Senado
Leopoldo Silva/Agência Senado
A condição pós-covid-19 é imprevisível e debilitante e pode, posteriormente, levar a problemas de saúde

São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou estudo em que mostra que de 10% a 20% dos curados da covid-19 desenvolvem sequelas que podem chegar a altos graus de gravidade após a fase aguda da doença. “A condição pós-covid-19 é imprevisível e debilitante e pode, posteriormente, levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e sintomatologia pós-traumática”, alerta o Relatório Europeu da Saúde 2021, lançado ontem (24).

A entidade manifesta preocupação com as estimativas de um percentual significativo da população mundial passar a viver com condições debilitantes de saúde por um prazo ainda não conhecido. “Embora os dados sejam escassos, estimativas recentes mostram que até 20% das pessoas com covid-19 experimentam doença contínua durante semanas ou meses após a fase aguda da infeção”, diz o relatório.

Por outro lado, as autoridades sanitárias voltam a enfatizar a importância de hábitos individuais e de políticas públicas de prevenção ante a contaminação pelo coronavírus. Distanciamento social, uso de máscaras e limpeza constante das mãos reduzem a chance de contaminação. Ao mesmo tempo, todos os estudos atestam que vacinas reduzem o risco de desenvolver sintomas graves da covid, que podem resultar em sequelas posteriores. Portanto, a prática de todas estas medidas efetivamente salva vidas, como constata estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Sequelados secundários

Além disso, o mundo ainda experimenta problemas secundários, relativos aos traumas da pandemia. Mesmo as medidas para conter a pandemia também provocaram impactos. Elas “influenciaram negativamente os comportamentos de saúde em partes significativas da população (…) Houve um aumento do comportamento sedentário e alterações negativas”, informa o documento da OMS sobre sequelas da covid. Entre os problemas estão aumento no consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

O impacto é ainda mais sensível entre os jovens, em fase de formação física e psicossocial. “Análise recente mostra número significativo de crianças que sofrem de ansiedade, depressão, irritabilidade, desatenção, medo, tédio e distúrbios do sono (…) Os dados emergentes mostram perdas de aprendizagem de um terço a um quinto de um ano letivo e foram relatadas mesmo em países com aplicação relativamente curta das medidas de saúde pública e sociais e acesso generalizado à internet. Isso sugere que as crianças fizeram pouco ou nenhum progresso enquanto aprenderam em casa”, afirma a OMS.

Covid no Brasil

A covid-19 deixou mais 770 mortos nesta sexta (25) no Brasil, totalizando 648.160 desde o início da pandemia, em março de 2020. O número segue elevado, e a média de vítimas em sete dias está em 733. Contudo, o ritmo na expansão do surto do país segue tendência de queda, ainda que em nível alarmante. Nas últimas 24 horas, 91.595 pessoas foram infectadas, em um total de 28.670.242. As vacinas provam diariamente sua eficiência em evitar mortes. Entretanto, a covid-19 segue como motivo de preocupação também pelos sequelados.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)