Médicos fazem paralisação nacional nesta quarta em protesto contra operadoras

Nos estados do Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins será suspenso o atendimento a usuários de todos os planos de saúde

São Paulo – Em protesto contra operadoras de saúde que não concordam em negociar reajustes no valor dos honorários e não respeitam a autonomia do profissional no tratamento de seus pacientes, médicos de todo o país paralisam às atividades nesta quarta-feira (21).

O atendimento dos médicos credenciados será suspenso por 24 horas em consultórios, ambulatórios e hospitais. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), que realizou entrevista coletiva nesta manhã para divulgar detalhes da paralisação, o objetivo é chamar a atenção sobre a situação do atendimento médico, que poderia ser melhor se os médicos fossem remunerados de maneira justa e não tivessem interferência dos planos na condução do tratamento. Por medidas de economia, é comum os convênios deixarem de autorizar exames e procedimentos necessários solicitados pelo médico.

No Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins a suspensão atingirá beneficiários de todas as empresas de saúde suplementar. Em outros 15 estados, a mobilização afetará consultas e procedimentos a planos selecionados localmente (veja destaque abaixo).

Para Florentino Cardoso, presidente eleito da Associação Médica Brasileira, “essas empresas desrespeitam tanto os pacientes como os médicos prestadores de serviço”. Na avaliação do vice-presidente do CFM, Aloisio Tibiriçá, há um claro desequilíbrio nesse setor e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por essa regulação, nada está fazendo. “Isso é inaceitável, pois está em jogo a assistência a 46 milhões de pessoas e o governo não pode fugir a essa responsabilidade”, disse.

Desde o movimento do dia 7 de abril, quando ocorreu a primeira paralisação nacional contra os planos de saúde, comissões estaduais de honorários do movimento médico chamaram as empresas para negociar. Algumas acolheram positivamente a pauta dos médicos. Porém, há empresas que não se manifestaram, evitaram o diálogo ou apresentaram propostas consideradas insatisfatórias.

Os médicos reivindicam reajuste imediato da tabela de honorários, tendo como referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); o estabelecimento de critérios e de periodicidade anual de reajuste, e o fim das interferências antiéticas na autonomia do médico na condução do tratamento.

Veja como será a paralisação nos estados nesta quarta-feira:

Acre – Não serão atendidos Unimed, Assefaz, Casf, Caixa Econômica, Cassi, Capesesp,  Correios, Eletronorte, Embrapa, Fassincra, Geap, Sesi/DR/AC, Plan Assiste e Conab.

Alagoas – Não serão atendidos Smile, Hapvida, Amil, Unimed.

Amazonas – Não haverá paralisação.

Amapá – Não serão atendidos Sul América, Amil, grupo Unidas (Plan Assiste, Geap, Fassincra, Eletronorte, Embrapa, Assefaz, Cassi, Capesaúde, Caixa Econômica, Correios, Embratel).

 Bahia – Não serão atendidos Amil, Medial, Hapvida, Norclínicas/Intermédica, Life Empresarial, Geap, Cassi, Petrobras, Golden Cross e Promédica.

Ceará – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Distrito Federal – Não serão atendidos Amil, Bradesco, Golden Cross e Sul América.

Espírito Santo – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Goiás – Não serâo atendidos: IMAS, GEAP, Golden Cross, Itaú, Mediservice e Sul América.

Maranhão – Todas as operadoras deixarao de ser atendidas.

Mato Grosso – Não serão atendidos Cassi, Assefaz, Afemat, Embratel, Fassincra, Petrobras, Eletronorte, Caixa Econômica Federal e Sam Bemat.

Mato Grosso do Sul – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Minas Gerais – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Pará – Não serão atendidos HapVida, Grupo Lider, Cassi (Unidas), Institutos (Ipamb, Iasep, Geap), Hospitais Militares (Policia Militar, Naval e Exército).

Paraíba – Não serão atendidos Amil, Geap, HapVida, Norclínicas, Saúde Excelsior, Smile, Sul América. 

Paraná – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Pernambuco – Não serão atendidos Viva, Ideal Saúde, Golden Cross, Real Saúde, América Saúde, Hapvida/Santa Clara e Samaritano.

Piauí – Não serão atendidos CapeSaúde, Geap, Cassi, CorreioSaúde, SaúdeCaixa e Uniplam.  

Rio de Janeiro – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

Rio Grande do Norte – Não haverá paralisação.

Rio Grande do Sul – Não serão atendidos Afivesc, Assefaz, Bacen, Bradesco, Cabergs, Caixa, Canoasprev/Fassem, Capesesp, Casembra, Casf, Cassi, Centro Clínico Gaúcho, Conab, Doctor Clin, ECT, Eletrosul/Elos, Embratel, Fassincra, Geap, Golden Cross , Infraero, IRB, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Plan Assiste, Proasa, Pró-Salute,  Sameisa, Serpro, Sesef, Sul América ,Unafisco, Usiminas, Wal-Mart.

Rondônia – Não serão atendidos Unimed, Ameron, SulAmérica e Bradesco.

Roraima – Não haverá paralisação.

Santa Catarina – O atendimento a todas as operadoras será paralisado, exceto Assefaz, Saúde Caixa, Capesesp, Cassi, Celos, Correios Saúde, Conab, Eletrosul, Embratel, Elos Saúde, Fassincra, Cooperativas Médicas, Funservir e demais planos regionais que acertaram com as entidades médicas.

São Paulo – Não serão atendidos Ameplan, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Notre Dame, Prosaúde, Blue Life, Dix Amico, Medial, GEAP, Volkswagen. 

Sergipe – O atendimento a todas as operadoras será paralisado, exceto Assec/Cehop, Assefaz, Cagipe, Camed, Capesesp, Casec, Casembrapa, Casse, Cassi, Cassind, ECT, Embratel, Fachesf, Fassincra, PASA, Petrobras, Petrobras Distrib., Plan-Assiste, Proasa, Saúde Caixa e Sesef.

Tocantins – Todas as operadoras deixarão de ser atendidas.

 Com informações da assessoria de imprensa do Conselho Federal de Medicina