Dez estados correm risco de epidemia de dengue no próximo verão

Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Paraíba, Bahia, Sergipe e Pernambuco recebem reforço de ações de combate à doença

Ministério da Saúde considera que 11 capitais devem entrar em estado de alerta (Foto: James Gathany/Wikipedia)

Brasília – Pelo menos dez estados correm o risco de enfrentar uma epidemia de dengue no próximo verão e 15 cidades convivem com o risco de surto da doença. É o que revela levantamento do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (11). Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Paraíba, Bahia, Sergipe e Pernambuco receberão, a partir da semana que vem, visitas do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para reforçar as ações de vigilância e combate à doença.

O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) constatou que, nos 15 municípios com risco de surto, foram encontradas larvas do mosquito transmissor em mais de 4% das casas e terrenos vistoriados. Nessa situação estão duas capitais do Norte, Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), 11 municípios da Região Nordeste e apenas um do Sudeste.

Conforme o relatório, 123 cidades, entre elas 11 capitais (Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória), devem entrar em estado de alerta, pois o índice de infestação ficou entre 1% e 3,9% dos imóveis avaliados.

Em 2009, 169 municípios participaram do levantamento, quando foram identificados 10 municípios com risco de surto e 102 em situação de alerta. Este ano, 418 cidades integram o estudo, sendo que 300 já enviaram informações ao governo federal.

O Ministério da Saúde apontou os fatores causadores da doença em cada região do Brasil. No Norte e Nordeste, a proliferação dos criadouros do mosquito transmissor se deve à ausência de água encanada para a maioria da população, o que obriga os moradores a estocar água em recipientes inadequados. No Sudeste e Sul, a principal causa são os depósitos de água parada nas residências, como vasos de plantas e piscinas descobertas. No Centro-Oeste, a falta da coleta de lixo é o fator predominante.

Para evitar aumento dos casos de dengue nos meses de janeiro a maio, período chuvoso propício à maior incidência da doença, o ministro José Gomes Temporão alertou aos atuais governadores passem aos sucessores os programas de ação contra a doença. Segundo o ministro, uma descontinuidade no trabalho de prevenção põe em risco o esforço de contenção dos casos. “É uma responsabilidade intransferível dos governadores”, disse Temporão.

O ministro lançou nesta quinta a campanha nacional de combate à dengue para o próximo verão. A principal mensagem da campanha será um alerta sobre a letalidade doença. Uma pesquisa contratada pelo ministério revelou que o brasileiro dá mais atenção ao tema quando se fala das mortes. Na TV e no rádio serão apresentados casos de pessoas que já contraíram a doença.

Aumento de casos

De janeiro a 16 de outubro deste ano, 936.260 casos de dengue foram notificados e 592 pessoas morreram. Em 2009, foram 489.819 ocorrências e 312 óbitos.  Para o coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue do ministério, Giovanini Coelho, uma das causas para o aumento do número de casos foi o ressurgimento do vírus tipo 1, que predominava na década de 1990. Por causa do período que esse vírus deixou de circular no país, grande parte da população não desenvolveu imunidade. Isso afetou, principalmente, regiões populosas dos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Nas Regiões Norte e Nordeste, porém, o número de casos é pequeno, o que exige atenção maior das autoridades para que não ocorra um surto do sorotipo 1 nessas regiões nos próximos meses.

O coordenador aponta a falta de saneamento e de coleta regular de lixo como fatores que contribuíram para aumentar o índice de infestação da doença este ano. O levantamento do governo federal mostra que mais de 70% dos casos, incluindo os fatais, concentram-se nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e do Acre. Os dados relacionados às mortes devem ser compilados em dezembro.

Fonte: Agência Brasil

 

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