LUTA CONTÍNUA

Coalizão pela Vida realiza ‘ato memorial’ pelos mortos da covid-19 e pede ações contra pandemia

Movimento promove mobilização em São Paulo nesta manhã e quer agilidade para aprovação do PL 692, que impõe medidas de controle do vírus

Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado
A bióloga Maria José Menezes, conhecida como Zezé Menezes, explica que o ato é importante diante da omissão do Poder Público na implementação do políticas de proteção aos mais vulneráveis

São Paulo – A Coalizão pela Vida promoverá um ato memorial, na manhã desta quinta-feira (24), em frente ao prédio da prefeitura de São Paulo, na região central, com o objetivo de homenagear as mais de 650 mil vítimas da covid-19 e cobrar políticas permanentes no combate ao vírus e para a proteção dos mais vulneráveis. O grupo foi criado em 2021 e é composto por organizações sociais, representantes da sociedade civil e acadêmica.

A bióloga Maria José Menezes, conhecida como Zezé Menezes, integrante da Coalizão pela Vida, explica que o ato é importante diante da omissão do Poder Público na implementação de políticas de proteção aos mais vulneráveis. “De uma forma não científica, a prefeitura paulistana flexibilizou o uso de máscaras. Estamos em pandemia, com o vírus ainda em circulação. Isso vai resultar num aumento no número de casos e é inadmissível. Por isso, queremos fazer uma desobediência civil e não deixar de usar máscaras”, explicou em entrevista à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

Além de propor ações efetivas e práticas na capital paulista, a Coalizão estabelece um canal permanente de comunicação com o poder público e a sociedade civil. O movimento também cobra o andamento do Projeto de Lei (PL) 692/21, que propõe iniciativas em uma força-tarefa, com o objetivo de implantar medidas protetivas urgentes, valorizando o papel dos governos locais, que são os mais próximos da população.

“Esse projeto foi construído com pesquisadores e tem embasamento. Ele cobra medidas efetivas da prefeitura, como a testagem em massa, que ajuda a isolar os casos. Se não controlarmos o vírus, novas variantes surgirão. Nós também enfrentamos a desigualdade na vacinação, e que passa pela população mais vulnerável também”, defendeu Zezé.

Covid-19 em São Paulo

O estado de São Paulo registrou, na última segunda-feira (21), a menor média móvel de novas internações pela covid-19 desde o início da pandemia. Foram, em média, 233 hospitalizações provocadas pela doença. Para aumentar a proteção da sociedade, a capital paulista começa a aplicar a quarta dose da vacina contra a covid-19 em idosos na próxima terça-feira (29). 

Apesar do avanço, a representante da Coalizão pela Vida lamenta a falta de sensibilidade com os mortos pela covid-19. Ontem, o Brasil registrou 294 mortes pelo vírus, nas últimas 24 horas, totalizando 658.067. “O Brasil foi bombardeado pela negação da pandemia, por parte do governo federal. Houve uma banalização das mortes. Morrer 300 civis numa guerra causa grande comoção, mas no Brasil não houve. A maioria do povo morrendo por covid-19 é da periferia da cidade. Então, existe um fator racial e econômico para esses desfechos trágicos”, disse.

Confira a entrevista