segue matando

Brasil encerra a semana com 1.639 óbitos por covid-19. Em 30 dias, média sobe 93%

É 11º dia consecutivo com média de óbitos pela covid acima de 200 no Brasil. Casos estão em estabilidade, porém subnotificados

Breno Esaki/Agência Saúde DF
Breno Esaki/Agência Saúde DF
Especialistas já recomendam nova etapa de vacinação

São Paulo – O Brasil registrou mais 266 mortes e 71.114 novos casos de covid-19 no último período de 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Nos últimos sete dias, as mortes pela doença totalizam 1.639, aumento de 11,4% na comparação com a semana anterior. Nesta sexta-feira (8), o país chega ao 11º dia seguido com a média de óbitos acima de 200. Em 14 dias, esse índice teve crescimento de 24,4%. Em 30 dias, a alta chega a 93,3%

Por outro lado, no mesmo período os casos somados chegam a 396.781, queda de apenas 3,4% em relação à semana passada. No entanto, a média móvel de casos, que ficou em 56.683, subiu 13,5% em 14 dias. Na comparação com o mês passado, o total registrou alta de 14,2%. O número de casos seguramente é maior, já que os resultados positivos dos autotestes não entram nos índices oficiais, ampliando a subnotificação.

Dados da plataforma SP Covid-19 Info Tracker (USP/Unesp) mostram que a covid segue se expandindo no Brasil, porém em velocidade um pouco menor. Atualmente, a taxa de contágio da doença está em 1,82. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outras 182. O mais recente pico de transmissão a taxa de transmissão ocorreu há oito dias, quando a taxa estava em 1,86. A previsão é que esse continue desacelerando e chegue a 1,80 na próxima segunda (11).

Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 673.339 óbitos pela covid oficialmente registrados e mais de 32,8 milhões de casos da doença.

Números da covid-19 desta sexta-feira no Brasil. Fonte: Conass

No mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de covid-19 aumentaram 3% na última semana, com mais de 4,6 milhões de diagnósticos em todo o mundo. Levantamento divulgado na última quarta-feira (6) aponta o Leste do Mediterrâneo (29%), o Leste da Ásia (20%) e a Europa (15%) como as regiões em que a doença apresentou o maior crescimento.

Por país, a França lidera em número de casos semanais (603 mil), com aumento de 33% na comparação com a semana anterior. Logo atrás vem a Alemanha, com cerca de 555 mil casos, mas com queda 2%. Em terceiro lugar, aparece a Itália, com 511 mil casos, alta de 50%. Em quarto, os Estados Unidos, com 496 mil casos, queda de 29%.

“Estamos vendo uma onda muito mais intensa de covid-19 pela Europa”, disse Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, em coletiva. “Veremos isso acontecer em outros lugares. Já estamos vendo isso no sudeste da Ásia e também na região leste do Mediterrâneo.”

A nova onda de casos, contudo, não vem acompanhada do aumento do número de óbitos e internações. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que qualquer ressurgimento de casos deve ser levado a sério. Mas destacou que o mundo está agora em melhor situação para combater o vírus, devido ao avanço da vacinação. “Conhecemos o vírus, temos melhores ferramentas para combatê-lo.”

Por outro lado, ele voltou a chamar a atenção para a queda no número de testes e do monitoramento genômico pela maior parte dos países. “Isso obscurece a verdadeira evolução do vírus e o verdadeiro peso dos casos de covid-19 no mundo”, afirmou.