São Paulo – O Brasil encerra mais uma semana útil com alta média diária de mortes causadas pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Com 1.163 vítimas em 24 horas, o país soma 77.851 vidas perdidas. Já o número de doentes também segue sua curva ascendente: foram 34.177 novos registros neste período. Os números foram divulgados no início da noite desta sexta-feira (17) pelo Conselho de Secretários Estaduais de Saúde, o Conass.

Com a soma de hoje, o país totaliza 2.046.328 infectados pelo coronavírus desde o início do surto, em março. Há mais de 10 dias o Brasil é o país com mais mortes pelo vírus, superando os Estados Unidos. Em números gerais, os norte-americanos são os mais afetados pela covid-19.

Em entrevista coletiva concedida hoje, o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michel Ryan, afirmou que “no Brasil, é o vírus que está no controle agora”. E que, sem isolamento social e medidas protetivas, “não há maneiras de garantir que a queda vá ocorrer”.

Falta de ação

A subnotificação é realidade reconhecida por autoridades e cientistas. Estudos indicam que o número de mortos pode ser de 110 mil, de acordo com estimativas conservadoras. Os Estados Unidos chegam a testar quase 120 pessoas para cada infectado detectado. No Brasil, esse número está em torno de quatro testes por resultado positivo. Em estados do Norte, o número chega a um para um – ou seja, apenas mortos testam.

Sozinho, o Brasil tem mais do que o dobro de mortos do que todos os países sul-americanos somados. Enquanto os 11 demais países registram, juntos, 36.494 mortos, o Brasil ostenta a triste marca de quase 78 mil vítimas.

Outro fator que contribui para a subnotificação é que o coronavírus está em processo de interiorização. De maneira geral, as cidades mais afastadas dos grandes centros possuem menor capacidade de medicina diagnóstica.