Imunização contínua

São Paulo aplica quarta dose da vacina contra covid em maiores de 50 anos

Dose de reforço foi ampliada pelo Ministério da Saúde que divulgou nota técnica para que maiores de 50 trabalhadores da saúde possam tomar a quarta dose

Valdo Leão/Semcom
Valdo Leão/Semcom
A recomendação da quarta dose vale para as pessoas que já completaram quatro meses desde a terceira dose da vacina contra a covid-19


São Paulo – A cidade de São Paulo inicia nesta segunda-feira (6) a aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19 em adultos acima dos 50 anos e profissionais de saúde maiores de 18 anos. A ampliação do público-alvo segue as duas notas técnicas, publicadas no sábado (4) pelo Ministério da Saúde, que ampliam essa segunda dose de reforço em todo o Brasil. 

A recomendação da quarta dose vale para as pessoas que já completaram quatro meses desde a terceira dose da vacina contra a covid-19. O novo reforço vacinal será aplicado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e AMAs/UBS Integradas, das 7h às 19h, a partir desta segunda. Nos megapostos e drive-thru, a imunização será feita das 8h às 17h. A secretaria municipal de Saúde diz que mais de 1,5 milhão de pessoas estão elegíveis para receber a segunda dose de reforço da vacina. Desse total, 942,8 mil são adultos entre 50 e 60 anos e 600 mil profissionais de saúde maiores de 18 anos. 

Até então, o município vinha aplicando a quarta dose no grupo de pessoas com mais de 60 anos. De acordo com informações do portal g1, em 19 de maio, a prefeitura de São Paulo já havia enviado ofício ao Ministério da Saúde pedindo autorização para ampliar a aplicação em pessoas com mais de 50 anos e os profissionais de saúde. O documento também indicava a necessidade da terceira dose (primeira de reforço) para os adolescentes de 12 a 17 anos. A liberação para esse público mais jovem veio, contudo, no dia 27 de maio e começou a ser realizada na última segunda, 30 de maio. 

Dados da vacinação

O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, explicou ao portal, no entanto, que para dar conta do novo contingente de pessoas aptas a receber a vacinação contra a covid, o governo de São Paulo depende do envio de novos lotes de imunizantes para distribuição nos 645 municípios. Na capital paulista, de acordo com a pasta, apenas 8,4% dos adolescentes já tomaram a primeira dose de reforço até o final de sábado. Os dados da secretaria também apontam que mais de 242,3 mil crianças de 5 a 11 anos estavam com a segunda dose atrasada. Ao todo, 66,6% das crianças estão completamente imunizadas.

Entre adultos, cerca de 677 mil pessoas estavam também com a segunda dose atrasada. E ao menos 2,7 milhões de pessoas, que já estão aptas a tomar a terceira dose (primeira de reforço), ainda também não procuraram pelo sistema de saúde. A secretaria, segundo o g1, informou também que a aplicação da quarta dose na população idosa está em 60% do total. A expectativa é que com a ampliação para o grupo de 50 anos a adesão aumente. 

Sobre a quarta dose

A segunda dose de reforço já pode ser aplicada em todo o Brasil. De acordo com as notas técnicas do governo federal, os imunizantes Pfizer, AstraZeneca e Janssen poderão ser usados independentemente das três primeiras doses aplicadas. A Saúde destaca estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que mostra que a combinação heteróloga para a dose de reforço – de vacinas diferentes – é mais eficaz. “Os resultados mostraram ainda que a dose de reforço pode aumentar em até 100 vezes a produção de anticorpos contra a covid-19. Até agora, mais de 4,5 milhões de brasileiros tomaram a segunda dose de reforço”, comunicou o Ministério da Saúde. 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também destaca que é importante que os idosos e os demais grupos elegíveis para a quarta dose estejam com a vacinação em dia para manter o nível de imunização alto, principalmente diante da alta de casos de covid, que voltou a crescer no país, e com a chegada do inverno. Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou novos 6.266 casos da doença do novo coronavírus. Oito pessoas morreram em decorrência da covid no período, totalizando 667.005 óbitos desde o início da pandemia. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

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