Escalada

Brasil tem segunda-feira pior que há uma semana, com casos de covid ainda em alta

No dia 10 foram registrados 25.500 novos casos de covid no Brasil, ante 29.916 hoje. Por questões operacionais nos estados, os números das segundas-feiras ficam abaixo da média da semana

©Arquivo pessoal/Reprodução
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"Resposta do mundo à covid-19 foi prejudicada por fatores políticos, sociais e comportamentais mais amplos, como informações falsas"

São Paulo – O Brasil registrou nesta segunda-feira (17) mais 786 mortes pela covid-19 em um período de 24 horas, contado a partir das 16h horas de ontem. Também foram notificados 29.916 novos casos da infecção causada pelo novo coronavírus. Com a atualização, o país tem agora 436.537 mortos, em um total de 15.657.391 casos de covid- 19 confirmados desde o início do surto, em março de 2020.

Os números às segundas são mais baixos que nos demais dias úteis da semana. Isso porque um número menor de profissionais das áreas técnicas da saúde trabalham aos sábados e domingos. No entanto, para fins comparativos com a segunda-feira passada (25.200 casos), o total de novos doentes registrado hoje é superior em 4.716 casos. O número está também acima da marca de duas semanas atrás, no dia 3 (24.619). Ou seja, fica indicado um nível de contágio em alta e ainda sem controle. O número de óbitos, hoje, no entanto, é inferior aos 889 do último dia 10.

Balanço de notificações da pandemia pelo Conass, em 17 de maiod e 2021

Questão de tempo

Após mais de um ano de pandemia pelo mundo, já se sabe que a relação entre o aumento de novos casos e o de mortes é de cerca de duas semanas. É o tempo que o novo coronavírus leva, em média, para se manifestar de forma mais agressiva no organismo da pessoa contaminada. Considerando que a média móvel de mortes nos últimos sete dias já começou a crescer, depois de 15 dias em queda, é de se esperar uma nova escalada das estatísticas de óbitos para os próximos dias.

A curva epidemiológica média de casos evidencia o movimento de nova alta da pandemia no Brasil. Após atingir um pico no dia 25 de março, com média diária de 100.736 novos doentes por dia, houve uma tendência de queda até o dia 26 de abril, dia em que o total ficou em 56.553 casos diários.

Há dias, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para a necessidade de manter e ampliar as medidas de isolamento e distanciamento social tomadas por estados e municípios a partir de março, quando o Brasil viveu seu pior momento da pandemia de covid até aqui. Desde março até 10 de maio, o Brasil vinha registrando média superior a 2 mil vidas perdidas por dia.

Flexibilização na hora errada

Porém, deu-se o contrário: aos primeiros sinais de queda no número diário de mortes, foram sendo afrouxadas as quarentenas locais. Hoje, o país está novamente “aberto” para a livre circulação do vírus. Com isso, a média móvel de novos casos, calculada nos últimos sete dias, vem crescendo, chegando a 63.914 hoje. Além de, nesse período, a média ter se mantido em níveis muito elevados, agora indicam nova tendência de alta.

O reflexo já começa a ser sentido. Com a queda por razões operacionais das segundas-feiras, o índice fechou a segunda-feira em 1.901 mortos por covid a cada um dos últimos sete dias. Mas esse número voltou a crescer e foram registrados mais de 2 mil óbitos em cinco dos sete dias da semana passada.

A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.



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