Falta vacina

Butantan suspende produção da Coronavac por falta de insumos

Brasil fica mais uma vez sem os insumos chineses necessários para para produção da vacina contra covid-19

Govesp / Fotos Públicas
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Butantan espera para semana que vem regularização da remessa de insumos pela China, para retomar produção da Coronavac

São Paulo – Novamente o Instituto Butantan teve de suspender a produção da Coronavac por falta do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) que vem da China. Isso ocorreu também em 17 de janeiro. A entrega, na ocasião, foi retomada no início de fevereiro e vinha ocorrendo periodicamente. Mas com o novo atraso na remessa desses insumos, o que deveria ter ocorrido esta semana, o envase da vacina produzida pelo Butantan, em São Paulo, está temporariamente parado.

O órgão estadual informa que o problema não deverá atrapalhar o cronograma de entrega das doses ao Programa Nacional de Imunização (PNI). O Butantan utiliza insumos da chinesa Sinovac. E o Brasil teve problemas com os chineses após ataques aos país promovidos pela família do presidente Jair Bolsonaro.

“Neste momento, cerca de 2,5 milhões de vacinas encontram-se em processo de inspeção de controle de qualidade — parte integrante do processo produtivo — para serem entregues na semana que vem ao PNI”, informou o Butantan ao suspender a produção da Coronavac.

Segundo o instituto, essa parada no processo de envase não é um problema. Apesar disso, até o recebimento do novo IFA, não haverá produção de novas doses. “Estamos trabalhando a todo vapor para o que cronograma seja mantido e até adiantado. Nosso pedido é que haja aumento de volume e até adiantar entregas”, disse Dimas Covas, diretor do instituto, em entrevista coletiva na tarde de quarta (7). “A produção do IFA [na China] está pronta. Estamos aguardando o desembaraço de documentação, não temos nenhum motivo para pensar diferente disso”, declarou, atribuindo o atraso na entrega a questões burocráticas.

Contato com a China

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo brasileiro está em contato com a China para resolver o problema da entrega dos insumos ao Butantan. “Tivemos com o embaixador [da China no Brasil] Yang Wanming, e ele tem sido muito sensível a essa questão. Vamos continuar dialogando para buscar superação dessa questão do IFA. E fazer com que o Butantan, que é patrimônio de cada um dos brasileiros, possa ter a sua capacidade de produção restabelecida e ter as doses suficientes para vacinar a nossa população”, afirmou o ministro, na saída de jantar com empresários e o presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo.

O Butantan entregou 38,2 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal desde janeiro. “Com uma nova remessa de IFA, prevista para a próxima semana, será possível integralizar todas as 46 milhões de doses referentes ao primeiro contrato com o Ministério da Saúde até o dia 30 de abril”, afirma o instituto em nota. O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades, informa a reportagem.


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