Campo de estudos

Brasil participará de testes em humanos de vacina contra a covid-19

Início dos experimentos estão previstos para este mês. País foi convidado pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, por ainda estar longe do pico da pandemia

CC.0 Wikimedia
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Imunizante está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, que buscou país que ainda está longe de passar pelo pior da pandemia, caso do Brasil

São Paulo – O Brasil iniciará neste mês testes com a potencial vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, contra a covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, A informação é da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que participará do estudo, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme autorização publicada em edição extra do Diário Oficial da União, na noite de terça-feira (2).

Segundo a Unifesp, 2 mil pessoas participarão dos testes, que serão feitos também com apoio do Ministério da Saúde. Para a etapa em São Paulo, serão selecionados mil voluntários que estejam na linha de frente do combate à covid-19, pois estão mais expostos à doença

Com as epidemias de covid-19 no Reino Unido, na Europa continental e nos Estados Unidos saindo do pico e as taxas de transmissão do coronavírus em queda nesses lugares, uma tarefa para os cientistas tem sido buscar locais com surtos ativos da doença e buscar voluntários em países onde a doença ainda está em alta. “O mais importante é realizar essa etapa do estudo agora, quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados poderão ser mais assertivos”, diz a coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), da Unifesp, Lily Yin Weckx, que é a investigadora principal do estudo, segundo comunicado da universidade.

Segurança

De acordo com a Unifesp, os testes, que serão financiados pela Fundação Lemann, contribuirão para o registro da vacina no Reino Unido, previsto para o final deste ano. O registro formal, entretanto, só ocorrerá após o fim dos estudos em todos os países participantes, disse a universidade.

“Os estudos iniciais não clínicos em animais e os estudos clínicos de fase 1 em humanos para avaliar a segurança da vacina foram realizados na Inglaterra e os resultados demonstraram que o perfil de segurança da vacina foi aceitável”, disse a Anvisa.

Segundo a agência, o pedido para realização dos testes foi feito junto à agência reguladora pela empresa AstraZeneca do Brasil, controlada pelo conglomerado farmacêutico AstraZeneca, e busca “determinar a segurança, eficácia e imunogenicidade da vacina”.


Com reportagem da Agência Brasil