pandemia avança

Brasil tem quase 20 mil casos de covid-19 em um dia e supera a Espanha

Agora país se aproxima de 300 mil ocorrências e 19 mil mortes. Números também mostram que 116 mil pacientes superaram a doença

Alex Pazuello/Semcom
Alex Pazuello/Semcom
Enquanto uma terceira onda de contágios e mortes ameaça o Brasil, o país sequer superou a segunda. Vacinação segue com incertezas

São Paulo – Com 888 mortos registrados nas últimas 24 horas, o Brasil já soma 18.859 vítimas da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Já o número de doentes contabilizados pelo Ministério da Saúde teve uma forte alta. Em um dia, 19.951 novos casos, com um total de 291.579 desde o início do surto no país.

Com o avanço da curva epidemiológica, o país está atrás apenas de Estados Unidos e Rússia em número oficial de casos. Esses países registram 1.578.434 e 308.705, respectivamente. A Espanha, agora superada pelo Brasil, conta 278.803 infectados.

O número de pacientes que superaram a doença no Brasil é de 116.683. Ontem (19), o Brasil registrou, pela primeira vez, mais de mil mortos em 24 horas (1.179). A subnotificação é realidade; instituições acadêmicas nacionais e internacionais, como universidades federais e a universidade de Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirmam que o Brasil já passa largamente da casa dos milhões de infectados.

O surto posiciona o Brasil como um problema sanitário para os vizinhos e para o mundo. Mesmo os Estados Unidos estudam fechar fronteiras com o país. Nas palavras do presidente, Donald Trump, “não queremos que infectem nossos cidadãos”.

Entretanto, a estratégia do governo segue indo de encontro com o recomendado pela comunidade médica e pela Organização Mundial da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro segue ridicularizando a pandemia, faz piada em dia com recorde de mortos e insiste em atacar medidas de isolamento social – única forma comprovada pela ciência de combater a pandemia.

Após a demissão de dois ministros da Saúde pelo presidente, a pasta segue sem comando oficial, sendo tocada pelo general Eduardo Pazuello, que nunca atuou com saúde em sua carreira. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich foram afastados do cargo por defender protocolos científicos, o que incomodou o negacionista Bolsonaro.

Não existe vacina nem remédio com eficácia garantida. Mesmo assim, Bolsonaro força as entidades de saúde a receitar indiscriminadamente um medicamento, a cloroquina (hidroxicloroquina), sendo que não existe eficácia comprovada cientificamente, e a substância, ao contrário, comprovadamente pode comprometer o sistema cardiovascular dos pacientes.

Epicentro

São Paulo segue como epicentro da pandemia no país. O estado já contabiliza 5.363 mortos e 69.859 doentes desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil. Diante do cenário, os governos locais (executivo estadual e municipal da capital) decretaram feriado de seis dias para tentar aumentar o isolamento social.


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