doença implacável

Com 407 mortes, Brasil registra recorde de vítimas de covid-19 em 24 horas

País chega a 3.313 mortos pelo novo coronavírus. Casos confirmados se aproximam de 50 mil. São Paulo também tem disparada no número de mortos

Leopoldo Silva/Agência Senado
Leopoldo Silva/Agência Senado
Brasil faz poucos testes e não tem noção exata do alcance do coronavírus no país. Cidade de São anunciou hoje ampliação da estrutura funerária

São Paulo – O Brasil viveu hoje (23) um salto no número de mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Depois de manter menos de 200 mortes por dia desde o início da semana passada, o país registrou oficialmente 407 casos fatais. Desde o início da pandemia, são 3.313 óbitos. O número de casos segue igualmente em expansão, segundo boletim do Ministério da Saúde – ontem, eram 45.757 contaminados e hoje, 49.492.

Em entrevista coletiva após a divulgação dos dados, o ministro da Saúde, Nelson Teich, assumiu que os números devem aumentar, mas sem admitir que a doença a aparente explosão da pandemia. “Não sabemos se isso aí representa um esforço de fechar diagnósticos ou linha de tendência de aumento.”Vamos ver o que vai acontecer”, disse Teich.

Epicentro

São Paulo segue como o epicentro da infecção pelo novo coronavírus no país e, proporcionalmente, hoje o estado também registrou recorde de mortes em 24 horas. Foram 211 óbitos, totalizando 1.345 vítimas da covid-19 desde o início do surto. Foram mais de oito mortos por hora.

Também em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde informa que 114 cidades contam vítimas fatais da doença. Contaminados estão em 256. O número total de doentes confirmados é de 16.740. Os números ainda estão abaixo da realidade. As autoridades em saúde assumem que a subnotificação é realidade pelo baixo número de testes. Os casos podem ser de cinco a 15 vezes mais numerosos.

O prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), disse mais cedo que “o pior ainda está por vir”, ao anunciar a ampliação da estrutura funerária da cidade, para poder dar conta dos corpos de vítimas do novo coronavírus. “Nossa prioridade é a defesa da vida da população de São Paulo. Vamos fazer o possível para não termos em São Paulo o que vemos pelo mundo”, completou.

Números

O Sudeste tem também o segundo estado com maior número de casos e mortos, o Rio de Janeiro, que registra 6.172 infectados e 530 mortos pelo novo coronavírus. Em seguida vem o Ceará, com 4.598 doentes e 266 mortos; Pernambuco, com 3.519 casos e 312 mortos; e Amazonas, com 2.888 casos e 234 mortos. Amazonas e Ceará vivem com o sistema de saúde fragilizado, em situação de colapso ou pré-colapso.

O Ministério da Saúde está alterando a orientação sobre o isolamento social como forma de conter os impactos da pandemia. Após pressão do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a demitir um ministro (Luiz Henrique Mandetta), Teich anunciou que já estuda flexibilizar a quarentena.

Entretanto, demais autoridades sanitárias, especialistas, cientistas e médicos defendem em quase consenso que o momento é de ficar em casa. O isolamento social evita não apenas o contágio, mas a explosão rápida de casos, o que tende a colapsar o sistema de saúde pela falta de leitos e equipamentos de proteção e manutenção da vida.


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