MOBILIZAÇÃO

Ato na zona leste de São Paulo denuncia desmonte da saúde por Bruno Covas

Abraço simbólico reúne servidores e população em defesa da saúde pública em unidade que foi palco da morte de paciente da ala psiquiátrica

Cecília Figueiredo
Cecília Figueiredo
“A única alternativa é nos organizarmos para resistir diante desse desmonte que está ocorrendo aqui no Hospital Municipal Tide Setúbal e todos os outros hospitais aqui no município de São Paulo", diz dirigente

São Paulo – Trabalhadores e movimentos de saúde realizaram um ato de protesto na manhã desta terça-feira (18) no Hospital Municipal Tide Setúbal, em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, para denunciar a política de desmonte do atendimento de saúde pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). O ato reuniu usuários e trabalhadores num abraço simbólico ao serviço.

“A única alternativa é nos organizarmos para resistir diante desse desmonte que está ocorrendo aqui no Hospital Municipal Tide Setúbal e todos os outros hospitais aqui no município de São Paulo. Nossa organização tem que ser entre os trabalhadores e com a população, para enfrentar esse desmonte, sucateamento que está adoecendo os trabalhadores e matando a população”, explicou a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep-SP), Lourdes Estêvão.

Nem mesmo a presença de policiais, que questionaram os ativistas sobre a motivação do protesto, e do diretor da unidade hospitalar em uma ação intimidatória aos trabalhadores fez com que representantes deixassem de denunciar a má gestão do hospital, a falta de recursos humanos, o desrespeito aos protocolos de atendimento e a não garantia de saúde mental no atendimento.

O hospital, que vem protagonizando o noticiário policial da mídia, pela superlotação, pacientes sem a devida assistência, óbitos maternos, insumos vencidos e a falta de investimentos em estrutura e recursos humanos, registrou no dia 28 de janeiro a morte de um dos pacientes da enfermaria de Saúde Mental por outro interno.

Uma morte que, segundo os trabalhadores e conselheiros, poderia ter sido evitada. Na avaliação de Charles Monteiro de Jesus, coordenador de Região Leste pelo Sindsep, esses problemas são fruto do descaso do governo Covas.

“O hospital está em completo abandono para que as organizações sociais assumam esse papel de atendimento à população. Entendemos que o poder público tem o dever de cuidar de nossa população. Por essa razão, estamos nesse ato e também como forma de desagravo às mortes que têm ocorrido devido à desestruturação desse hospital”, explicou o conselheiro municipal de saúde, Paulo Roberto Belinello.

Para a auxiliar de enfermagem, Rosane Bomfim, os governos federal, estadual e municipal se uniram numa linha única de desmonte dos serviços públicos que, “na saúde tem menos funcionários e mais mortes”. A desvalorização foi outro problema destacado pelos trabalhadores. “Esse ato é um grito de socorro para nós. Precisamos de apoio não apenas da categoria, mas dos usuários”.


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