#salveooncocentro

Trabalhadores da Fundação Oncocentro fazem ato nesta quinta contra ataques de Doria

Abraço simbólico ao prédio da instituição alerta população sobre projeto do governador de destruir serviço que existe há 45 anos no combate ao câncer

Reprodução
Reprodução
Oncocentro: Doria ameaça atendimento, exames, pesquisa, formação e produção de próteses sofisticadas para pacientes com câncer de cabeça e pescoço

São Paulo – Os trabalhadores da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) realizam na manhã desta quinta-feira (3), às 10h, abraço simbólico ao prédio que abriga a instituição, no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.  Eles afirmam que a fundação está ameaçada de destruição pelo governador João Doria (PSDB).

Atualmente vinculada à Secretaria de Saúde do estado, a instituição faz diagnóstico e tratamento de câncer, além de oferecer cuidados gratuitos a quem teve sequelas em razão da doença, na região da cabeça e pescoço. “Um serviço que resgata a autoestima e a qualidade de vida de milhares de pessoas, mas que o governador João Doria quer acabar”, critica a deputada estadual Beth Sahão (PT), em apoio à mobilização dos trabalhadores.

A entidade é a responsável pelo diagnóstico de câncer em 540 unidades de saúde, além de promover a reabilitação de pacientes. Seus 89 funcionários são celetistas. O custo mensal da fundação é considerado irrisório, R$ 800 mil por mês, dos quais o governo do estado só arca com R$ 450 mil. “Isso é 0,05% do orçamento da pasta. Os outros R$ 350 mil nós recebemos do SUS, por meio de atividades que fazemos, como os cerca de 300 mil exames laboratoriais por ano. Atendemos perto de 2,5 mil pacientes por ano com câncer de cabeça e pescoço para reabilitação”, explica o psicólogo Paulo Cirillo, representante da Associação dos Funcionários da Fosp.

“Também atendemos perto de 5 mil consultas por ano e fazemos próteses altamente sofisticadas, especiais. São mais de 600 próteses por ano. Esse custo o SUS paga”, destaca Cirillo.

“É um custo muito baixo para uma altíssima produção em termos quantitativos e qualitativos. Então, não é só o atendimento de pacientes, são os registros de câncer, laboratório, e também dois cursos que no estado de São Paulo só a fundação faz, para citotécnicos e registradores de câncer”, afirma.

Esses cursos, em outros estados, são ministrados pelo Instituto Nacional do Câncer. Mas não no estado de São Paulo, onde somente a Fundação Oncocentro oferece os cursos gratuitamente. “Com a intenção do governo de desmobilizar a fundação nós estamos nos mobilizando, procurando a mídia, o Ministério Público, os legisladores, porque o Projeto de Lei (PL) está para ser enviado em breve para a Assembleia Legislativa”, alerta Cirillo. “O abraço amanhã é justamente para mobilizar a sociedade sobre aquilo que está para acontecer e que a população vai ser a maior atingida.”

Leia também

Últimas notícias