Governo Bolsonaro ataca direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
Em evento no Dia Mundial de Ação pela Saúde das Mulheres, especialistas criticam negligência do Estado quanto à falta de promoção da educação sexual para prevenção e garantia dos direitos
Publicado 29/05/2019 - 09h59
São Paulo – No Dia Mundial de Ação pela Saúde das Mulheres, nessa terça-feira (28), especialistas criticaram os ataques promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro sobre os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, em evento na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Da forma como vem sendo pautado, o debate não tem beneficiado essa parcela da população, como afirma a integrante do grupo Católicas pelo Direito de Decidir Maria José Rosado. “Há todo um discurso do familismo que joga como questão moral aquilo que nós, mulheres, já traduzimos como direito”, aponta.
A omissão em tratar e dar informações sobre educação sexual, principalmente entre a parcela de mulheres jovens, acaba aumentando os riscos de gravidez sem planejamento e de doenças sexualmente transmissíveis, de acordo com o ginecologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Jefferson Drezett. “Nós temos que repensar as políticas públicas que temos promovido”, afirma.
Durante o evento, especialistas também apontaram a falta de perspectiva no atendimento à saúde principalmente em relação às mulheres trans, e acrescentaram ainda que as mulheres jovens e negras fazem parte do grupo mais vulnerável quando se trata do quadro de saúde.