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OMS lança plano de US$ 56 milhões para combate ao zika

Estratégia visa a mobilizar e coordenar parceiros, especialistas e recursos para ajudar os países a ampliar vigilância em torno do vírus

Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

Novo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde confirma 508 casos de microcefalia no país

Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um plano estratégico global no valor de US$ 56 milhões para combater a epidemia do vírus zika. O projeto, denominado Quadro de Resposta Estratégica e Plano de Operações Conjuntas, deve servir para orientar a resposta internacional à propagação da infecção e de casos de malformação congênita e síndromes neurológicas possivelmente associados ao zika.

A estratégia, segundo a OMS, visa a mobilizar e coordenar parceiros, especialistas e recursos para ajudar os países a ampliar a vigilância em torno do vírus e de desordens que possam estar associadas a ele; melhorar o controle do vetor; comunicar riscos de forma eficaz; elaborar medidas de orientação e proteção; providenciar cuidados médicos aos afetados e acelerar pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de vacinas, técnicas de diagnóstico e terapias.

Dos US$ 56 milhões definidos pela organização, US$ 25 milhões serão destinados à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), enquanto US$ 31 milhões financiarão o trabalho de parceiros.

No dia 1º de fevereiro, a OMS declarou situação internacional de emergência em saúde pública em razão do aumento de casos de infecção pelo vírus zika em diversos países e de uma possível relação da doença com quadros registrados de malformação congênita e síndromes neurológicas.

508 casos confirmados

Novo boletim epidemiológico divulgado hoje pelo Ministério da Saúde revela que 508 casos de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central de bebês relacionadas à infecção congênita foram confirmados no país entre 22 de outubro de 2015 e 13 de fevereiro de 2016.

De acordo com o boletim, 837 casos foram descartados após apresentarem exames normais ou por representarem quadros de microcefalia e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas.

Os 508 casos confirmados foram registrados em 203 municípios de 13 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Amapá e Amazonas são os únicos estados da Federação que não têm registro de casos.

Segundo o boletim, dos 3.935 casos suspeitos de microcefalia que ainda estão sendo investigados, 60,1% foram notificados em 2015 e 39,9% este ano.

Também foram notificadas 108 mortes de bebês com suspeita de terem sido causadas por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação. Dessas, 27 foram confirmadas, 70 continuam em investigação e 11 foram descartadas.

“O ministério está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados e a possível relação com o vírus zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral”, informou a pasta.

Até o momento, 22 unidades da Federação apresentam circulação autóctone do vírus zika: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

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