Nesta terça

Trabalhadores celebram 70 anos da Petrobras com ato em defesa das estatais

Para petroleiros, Petrobras completa sete décadas de existência com visão de futuro, voltando a fazer parte do projeto de desenvolvimento econômico e social do país

Agência Petrobras
Agência Petrobras
Duramente atacada na gestão anterior, governo Lula fala em retomar refinarias da Petrobras que foram privatizadas

São Paulo – A Petrobras completa 70 anos de existência nesta terça-feira (3). Para marcar a data, petroleiros, movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos de outras categorias realizam uma grande manifestação no Rio de Janeiro. Na pauta, a defesa da soberania nacional, das empresas estatais, pela reversão das privatizações e reconstrução de um Brasil soberano, democrático e com justiça social.

Convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) o ato nacional terá início às 15 horas, na antiga sede da Eletrobras, na rua da Quitanda, no centro do Rio. De lá, os manifestantes seguirão pela Candelária até o edifício sede da Petrobras (Edise), na Avenida Chile, onde devem se encontrar com o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

“Petroleiros de vários estados do país estarão no centro do Rio, lado a lado com eletricitários, educadores, servidores públicos, metalúrgicos, bancários, agricultores, estudantes, lideranças políticas e sociais, unindo trabalhadores do campo e da cidade em uma manifestação histórica”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Sobrevivente

Para ele, o momento é de renovar a esperança de um país unido pela reconstrução do Estado brasileiro e pelo resgate da soberania nacional, que segue sob ataque. Nesse sentido, Bacelar destaca que foi a resistência dos trabalhadores e dos movimentos sociais que impediu a privatização completa da Petrobras e de outras estatais estratégicas que estavam na mira do governo anterior.

Ainda assim, Bolsonaro conseguiu vender 68 ativos do Sistema Petrobras. Foram parar nas mãos da iniciativa privada quatro refinarias, a BR Distribuidora e a Liquigás, por exemplo. A lista inclui ainda usinas de biocombustível, usinas eólicas, termelétricas, plantas petroquímicas e sondas de perfuração. Além de campos de petróleo em terra e em mar, inclusive no pré-sal. Na maioria dos casos, há suspeitas que os ativos foram vendidos por preços muito abaixo do valor de mercado.

Fortalecimento da Petrobras

Assim que assumiu novamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou a Petrobras e demais estatais estratégicas da lista de privatizações. Além disso, o governo também questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a venda da Eletrobras. O União ficou com cerca de 43% das ações da empresa, mas tem apenas 10% dos votos no Conselho de Administração, após a privatização.

Na semana passada, em linha com o que defende a categoria petroleira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Petrobras deve readquirir as refinarias que passaram à iniciativa privada. Nesse sentido, ressaltou que as negociação devem respeitar as regras de mercado e a segurança jurídica. E defendeu a medida como forma de garantir a segurança energética do país, tanto do ponto de vista do suprimento dos combustíveis, como dos preços.

Para Bacelar, a Petrobras completa 70 anos com visão de futuro, voltando a fazer parte do projeto de desenvolvimento econômico e social do país. A estatal promete ser uma empresa de energia, integrada, soberana, comprometida com a sociedade brasileira, com seus trabalhadores, e com a transição energética justa.