Muy amigo

Tarcísio enviou ‘abraço carinhoso’ ao ‘doutor Roberto Jefferson’, que hoje chama de ‘criminoso’

O candidato bolsonarista ao governo de SP condena o aliado que disparou contra policiais, mas defende “a liberdade do cidadão de ter posse da arma de fogo”

Antonio Cruz/ABr
Antonio Cruz/ABr
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São Paulo – Em uma cerimônia realizada em junho, o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi homenageado pelo PTB do ex-deputado Roberto Jefferson. Nesse ato, o postulante bolsonarista ao Palácio dos Bandeirantes enviou um “abraço carinhoso” ao “doutor Roberto Jefferson”.

Porém, depois do episódio de domingo, quando o aliado de Bolsonaro lançou duas granadas e disparou dezenas de tiros de fuzil contra policiais federais, a amizade de Jefferson deixou de interessar, e Tarcísio mostra ter mudado de opinião sobre o presidente afastado do PTB.

Em entrevista à Rádio Eldorado e ao jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (25), Tarcísio de Freitas disse que Roberto Jefferson, que está preso em Bangu 8, no Rio de Janeiro, tem que “pagar como um criminoso”. Apesar disso, ele defendeu “a liberdade do cidadão de poder ter a posse da arma de fogo, poder ter uma arma de fogo em casa”.

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“Quem ataca a polícia é bandido. Eu entendo que ele tem obviamente que pagar por isso, pagar como um criminoso, responder criminalmente”, disse o candidato do Republicanos ao governo paulista, que disputa o cargo contra o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT). Segundo Tarcísio, Roberto Jefferson “extrapolou muito”. “O que a gente deseja é restabelecer a harmonia na sociedade”, declarou.

No evento de junho, ele disse que o PTB estava “do lado correto da história, dentro de uma linha conservadora de defesa dos valores cristãos, dos valores da família, numa linha liberal na economia, que é a linha correta, que vai nos levar para a prosperidade”, para completar: “Então, parabéns para todos vocês e leve meu abraço e a minha consideração para o deputado Roberto Jefferson”.

“Atentado fake do Tarcísio”

Já nesta terça (25), outro “torpedo” atingiu a campanha de Tarcísio de Freitas, com a revelação de que um membro da campanha do candidato bolsonarista ao governo de São Paulo ordenou a um cinegrafista apagar imagens de um tiroteio em Paraisópolis (zona sul da capital paulista) no dia 17 de outubro. Naquele data, o candidato estava em campanha no bairro.

Hoje, o caso “bombou” nas redes sociais, quando passou a ser chamado de “atentado fake do Tarcísio”. No dia do incidente, o candidato bolsonarista inicialmente fez alarde nas redes sociais, afirmando que ele e equipe foram “atacados”. Mais tarde, à CNN Brasil, mudou o discurso: “Nenhum momento eu disse que era atentado”.

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