Tenso

Sessão do Congresso é adiada para a semana que vem, e oposição reclama

Parlamentares bolsonaristas querem comissão de inquérito sobre o 8 de janeiro. “Todo mundo sabe quem estimulou a agressão”, afirma senador governista

Jonas Pereira/Agência Senado
Jonas Pereira/Agência Senado

São Paulo – A sessão do Congresso desta terça-feira (18), que iria analisar vetos e projetos, foi adiada para a quarta da semana que vem (26). A decisão foi tomada após o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), receber requerimento dos líderes da Maioria nas duas Casas legislativas. Parlamentares de oposição reclamaram, porque queriam a leitura de outro requerimento, o que pede instalação de uma comissão mista (CPMI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Pacheco afirmou que o pedido da base governista foi feito porque será apresentado um projeto de lei garantindo orçamento para o pagamento do piso da enfermagem (Lei 14.434, aprovada no ano passado). Assim, a avaliação foi de que seria melhor para incluir o novo PL na pauta.

Governo fala em acordo

“Houve o arbitramento, por parte da presidência do Congresso Nacional, de que haverá sessão na quarta-feira da próxima semana, dia 26, ao meio-dia, de modo que nós teremos a oportunidade de apreciar os vetos, todos os projetos de lei do Congresso, inclusive o da enfermagem, e fazer a leitura do requerimento da comissão parlamentar de inquérito”, declarou Pacheco após reunião com os líderes.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que seria “totalmente impróprio” realizar sessão do Congresso hoje. “De nossa parte, da parte do governo, há acordo para que a sessão seja inaugurada e aberta com a leitura de quaisquer requerimentos que estejam pendentes e, na sequência, com a deliberação sobre os vetos que foram acordados.”

Mudança de narrativa

Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o governo não tem medo de uma comissão parlamentar de inquérito, até porque os atos terroristas de 8 de janeiro tiveram origem conhecida. “Evidentemente, deve haver algum plano de tentar mudar a narrativa sobre a responsabilidade de quem quer que seja. Eu não vejo, sinceramente, nenhum motivo para o governo temer uma CPI que vai investigar, repito, uma agressão, e todo mundo sabe quem foi o grupo que estimulou a agressão; não fomos nós, não foram os partidos da nossa base. Quem estimulou agressão foram outros. Então se a gente for investigar os financiadores, eu acho que o medo deve estar em outro lugar”, disse o senador.

Também havia expectativa dos representantes do funcionalismo federal para que fosse votado o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 2/2023. O texto formaliza o reajuste salarial de 9% para os servidores, conforme negociação com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

Com informações da Agência Senado