Serra nega ser ‘desonesto e privatizante’

Apesar disso, em entrevista à Rádio Gaúcha, ele afirma que PT manteve privatizações e também promoveu concessões de rodovias

Serra esquivou-se de assumir posição sobre aumento de aposentados (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – Em entrevista à rádio e TV RBS nesta quarta-feira (5), o pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) afirmou que o PT manteve privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso que poderiam ter sido revertidas “com um pé nas costas”. Ele também sustenta que não pode ser acusado de “desonesto e privatizante”.

“O PT se especializou em falar contra concessão de estradas, o que eles também fazem”, lembra. A referência é ao processo de concessão de rodovias federais para a iniciativa privada realizada em 2008. “E a minha política está voltada para o emprego. O resto é conversa eleitoral”, rebateu.

Ele rechaçou a acusação feita por petistas de que ele privatizaria bancos públicos. Em abril, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) resgatou documentos da administração tucana no Executivo federal que traziam planos de estruturação de estatais para um processo de venda.

Serra esquivou-se de assumir posição sobre a decisão da Câmara dos Deputados de aumentar em 7,7% os benefícios de aposentados e pensionistas que recebem mais do que um salário mínimo. Ele afirmou apoiar o que o governo atual decidir. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode vetar a medida, o que representaria um desgaste em ano eleitoral.

Reformas

Serra sugeriu defender a reforma da Previdência. Ele afirmou que o país não estaria “nessa situação se tivesse sido votada a reforma previdenciária, que não foi”. Mas recusou-se a responder diretamente se promoveria a reforma em um eventual governo.

À agência Reuters, o pré-candidato ao Senado por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) declarou acreditar que Serra não se dedicaria, caso eleito, a reformas estruturantes, mas a “mudanças temáticas”.

Isso significaria uma opção semelhante à adotada por Fernando Henrique Cardoso, que governou o país de 1995 a 2002, que preferiu propostas de emendas constitucionais. Nesse âmbito, foram feitas alterações no marco regulatório do petróleo e das comunicações – que permitiu a privatização –, por exemplo.

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