São Paulo – Dois dos três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo lamentaram a decisão da Rede Globo de cancelar o debate que seria realizado na próxima quinta-feira (4). Líder até aqui, Celso Russomanno (PRB) afirmou que a decisão prejudica a reta final da campanha eleitoral. “Queria que houvesse o debate. Só não fui a um dos debates porque minha filha ia nascer”, disse, durante caminhada no Itaim Paulista, na zona leste da capital. 

Já o candidato do PT, Fernando Haddad, que divide a segunda posição com José Serra (PSDB), emitiu nota convidando Russomanno a promover um debate no mesmo dia, sem, no entanto, esclarecer onde e em que formato se daria o encontro. “O paulistano não pode ser privado de ter debates, é fundamental que as ideias sejam apresentadas.” O petista manifestou que gostaria de abordar especificamente a proposta do adversário que cobra uma passagem mais cara do usuário que se desloca por distâncias maiores utilizando o transporte público. “Quero mostrar que a ideia do bilhete único proporcional é equivocada. Fazer essa discussão, sem ofensas.”

A decisão da Globo foi tomada depois que Levy Fidelix (PRTB) obteve liminar garantindo a participação dele e de Carlos Giannazi (PSOL) no debate. O critério adotado pela Justiça Eleitoral é o de assegurar o direito aos candidatos de todos os partidos que têm assentos na Câmara dos Deputados. Com isso, seriam oito os participantes do encontro. “A emissora acredita que seis é o número máximo de participantes para a realização de um debate produtivo e, em São Paulo, não houve acordo entre os candidatos”, justifica a Globo em comunicado. A leitura é de que seria impossível realizar um programa do gênero que não tomasse mais de duas horas da programação. 

Antes da Globo, a Record havia adotado a decisão de cancelar o debate, que deveria ter ocorrido ontem (1º). O argumento foi de que Russomanno não poderia comparecer por conta do nascimento de sua filha e que Serra se recusou a participar, versão desmentida pelo tucano. O candidato do PRB não quis participar do debate promovido entre Folha e UOL, que também acabou cancelado.