São Paulo – O ritmo da campanha do pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, deverá crescer com a retomada da agenda cotidiana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou hoje (30) o presidente nacional do partido, Rui Falcão. Cabo eleitoral de Haddad, Lula está em recuperação do tratamento contra um tumor na laringe. O ex-presidente declarou em entrevista publicada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo que deverá retornar gradualmente à militância. Esta semana foi anunciado o desaparecimento do tumor detectado em outubro. Segundo dirigentes do partido no estado, Lula terá “papel fundamental” na campanha.

“Estamos felizes com a notícia da recuperação do presidente. Ele tem de continuar se tratando, mas irá participar da campanha, como sempre participou”, disse Falcão, frisando que Lula nunca deixou de receber os dirigente do PT no hospital para articular questões internas. Falcão garantiu a participação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) na campanha de Haddad, mesmo após a rusga interna causada pela recente aproximação com Gilberto Kassab (PSD) para um possível apoio à chapa, o que não ocorreu por causa da entrada do tucano José Serra, padrinho do prefeito, na disputa. Esta semana, Marta criticou por meio de seu perfil na rede social Twitter as pressões para que se engaje no trabalho por Haddad.

O presidente estadual do PT, Edinho Silva, reiterou a posição do partido quanto à importância do ex-presidente no cenário das eleições municipais. “Estamos falando de uma das maiores lideranças, e tem grande importância como cabo eleitoral não só no Brasil como em outros países”, afirmou Edinho. “O que ele tem de fazer agora é gozar de sua recuperação, mas não há dúvidas do quanto ele representa.” Lideranças petistas participam hoje de um seminário na capital paulista que discute governança metropolitana. O evento foi organizado pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.

Questionado sobre a disputa contra o pré-candidato do PSDB, José Serra, Edinho frisou que a prioridade para o momento é discutir políticas públicas, como deficiências no transporte, na saúde e na educação. “Temos de estar preocupados com a campanha, e não no embate com o Serra”, disse. A escolha apertada nas prévias tucanas não foi surpresa para o PT, segundo ele. 

Os índices das pesquisas de intenção eleitoral – que apontam atualmente preferência pelo candidato tucano – também não “assustam” o partido. Para o presidente do diretório petista, os números que surgirem antes da campanha são recall, ou seja, uma intenção de voto resultada de eleições passadas. “Discutir percentual de campanha agora é pura elucubração. Tudo o que vier agora é elucubração e especulação”, disse.