Fábrica de mentiras

Redes sociais rejeitam versão de Bolsonaro sobre resgate de brasileiros em Gaza

Quaest revela que a maioria das menções nas redes sociais relacionadas ao resgate de brasileiros em Gaza associa o suposto feito – ainda não concretizado – ao presidente Lula e não a Bolsonaro

Wilson Dias/Agência Brasil
Wilson Dias/Agência Brasil
O teor revelava a intenção de decretar uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e o estado de sítio

São Paulo – O Instituto de Pesquisas Quaest divulgou um estudo nesta sexta-feira (10), revelando desafios significativos para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao tentar romper a “bolha” nas redes sociais com a narrativa mentirosa de que teria conseguido a liberação dos brasileiros em Gaza.

Bolsonaro afirmou que havia mantido conversas com Yossi Shelley, assessor do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Ele disse ter buscado apoio para autorizar a saída dos mais de 30 brasileiros impedidos de deixar Gaza. No entanto, a realidade parece contraditória. A verdade é que a embaixada de Israel negou que Bolsonaro foi oficialmente convidado para o encontro. Destacaram, inclusive, que a diplomacia tem exclusividade do governo em exercício em diálogo com os estados envolvidos.

Impressão pública

O estudo da Quaest revela que a maioria das menções nas redes sociais relacionadas ao resgate de brasileiros em Gaza associa o suposto feito – ainda não concretizado – ao presidente Lula (PT) e não a Bolsonaro. No período entre as 15h de 9 de novembro e as 15h desta sexta-feira, o gráfico publicado pelo diretor da Quaest, Felipe Nunes, mostra que o maior índice de menções favoráveis a Bolsonaro foi de 36%, enquanto 64% foram a favor de Lula. A média geral foi de 23% para Bolsonaro e 74% para Lula.

Esses dados indicam um desafio para Bolsonaro em conquistar a simpatia e a credibilidade do público nas redes sociais em relação ao suposto resgate em Gaza. A falta de consistência nas informações e a contraditória posição da embaixada de Israel contribuíram para a desconfiança. Também, a predominância de menções favoráveis a Lula nas redes sociais, segundo a análise da Quaest.

Diante desse cenário, Bolsonaro enfrenta não apenas o desafio de lidar com a complexidade diplomática da situação em Gaza. Contudo, também vê a resistência da opinião pública nas redes sociais, que parece não se alinhar totalmente com a narrativa apresentada pelo ex-presidente.

Política barata de Bolsonaro

A presidente do PT e deputada federal do Paraná, Gleisi Hoffmann, utilizou a plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, para desconstruir a narrativa bolsonarista relacionada aos brasileiros em Gaza.

“É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza”, disse Gleisi. “34 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito. Então, Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil. Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns. Isso, de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel. O Brasil inteiro está acompanhando os esforços da nossa diplomacia, orientada pelo presidente Lula, para resgatar aquelas pessoas. Sem fazer política baixa com vidas humanas”, completou.


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