Dia tenso

Queiroga vai voltar a depor ‘porque mentiu demais’, avisa presidente da CPI

Na retomada da sessão da CPI da Covid, Omar Aziz antecipa questionamento que fará a ministro da Saúde e diz a Wajngarten que “prisão seria seu menor castigo”

Marcos Oliveira/Agencia Senado
Marcos Oliveira/Agencia Senado
Sessão desta quarta foi a mais tensa da CPI, com debate acalorado sopbre prisão ou não de Wajngarten

São Paulo – O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), encerrou na noite de hoje (12) a sessão com uma advertência ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e um conselho ao depoente do dia, o ex-secretário de Comunicação (Secom) do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten. O senador prometeu que “o atual ministro vai voltar aqui, porque mentiu muito, mentiu demais”. Segundo Aziz, ele terá de explicar o que quis dizer ao declarar, à GloboNews, que “nunca é tarde”. “Depois de 425 mil mortos…  Não é tarde para você, ministro, que não perdeu familiar, amigos, que não ficou órfão. É tarde sim, ministro”, disse Aziz.

A Wajngarten, o presidente da CPI comentou o fato de não ter aceitado a sugestão de decretar a prisão do ex-chefe da Secom. “A prisão seria o menor castigo que você vai sofrer na vida. Hoje, aqui, você não ficou bem com ninguém. Você entregou um documento que ninguém de nós tinha conhecimento. Não agradou o governo, não agradou ninguém”, disse Aziz. “A prisão não seria mais terrível do que perder a credibilidade, a confiança, e principalmente o legado que você construiu.”

Pfizer

O comentário do senador foi uma referência à carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro, de 12 de setembro de 2020, em que a Pfizer faz uma oferta para o Brasil adquirir a vacina. O documento ficou “esquecido” durante dois meses pelo presidente e seus principais ministros, até 9 de novembro.

Ele prosseguiu lembrando que a presidente da Pfizer Brasil estará na CPI da Covid amanhã (13) para esclarecer o caso do documento assinado pelo presidenta mundial da multinacional “esquecida” pelo governo brasileiro. “Hoje, a Pfizer disse que não fez a proposta em setembro, como o governo diz. Foi em agosto que começaram as tratativas.”

Aziz disse também que a decisão de não decretar a prisão do ex-secretário talvez não se repita futuramente. “Posso não ter tomado a decisão que muitos queriam, mas não se iludam. Não vou ter essa parcimônia com os outros depoimentos aqui. Se alguém achar que vai brincar com a CPI , intimidar, está muito enganado”, prometeu. O senador também pediu à Mesa para retirar as ofensas que foram “proferidas aqui, em plenário, contra o senador Renan”. Horas antes, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou na sessão que seria inadmissível Wajngarten “ser preso por ‘um vagabundo’ como Renan Calheiros”.


Redação: Eduardo Maretti e Gabriel Valery


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