Protógenes vê irresponsabilidade em tentativa de ligação entre ele e Cachoeira

Protógenes é a favor da criação de uma CPI que apure a ligação entre políticos e a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis (Foto: José Cruz/ABr) São Paulo – O deputado […]

Protógenes é a favor da criação de uma CPI que apure a ligação entre políticos e a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis (Foto: José Cruz/ABr)

São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) afirmou hoje (11) desconhecer as gravações que mostrariam diálogos com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, investigado pela ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal. “Desconheço essa conversa. Se realmente existiu, não há no diálogo nenhuma ligação com o sistema Cachoeira”, afirmou o parlamentar em entrevista à rádio Estadão-ESPN, do grupo do jornal O Estado de S. Paulo, responsável pela divulgação de áudios. O jornal atribui a Protógenes, delegado da Polícia Federal, conversas nas quais troca orientações com Dadá e marca encontros em um aeroporto e em um hotel.

– Já chegou?, pergunta Dadá em uma das conversas.
– Já cheguei, responde o parlamentar.
– Ah, tá. Não, beleza. Vou voltar lá agora três horas e quando sair de lá a gente se encontra
– E é aquela orientação, entendeu?
– Não, o advogado falou com a pessoa de lá e a pessoa já está até sabendo

Na entrevista concedida à rádio, Protógenes lamentou a maneira como a notícia foi divulgada pelo jornal. “Realmente não tenho lembrança nenhuma [desses diálogos]. Quero saber de algum diálogo existente com o sistema Cachoeira. Na manchete [do jornal] dá entender que tenho alguma vinculação. Foi até bom essa entrevista para poder esclarecer a população de tamanha irresponsabilidade”, disse. 

CPMI

Protógenes é um dos autores de requerimentos para a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a conexão entre políticos e o responsável pela exploração ilegal de máquinas caça-níqueis. Os pedidos foram apresentados após a divulgação de gravações que mostravam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) mantinha contato com Cachoeira, que lhe deu presentes e pediu ajuda na regulamentação dos jogos de azar.

“É preocupante o clima que está no Congresso Nacional diante das graves denúncias do esquema comandado por Carlinhos Cachoeira. Esquema este que a responsabilidade maior não se resume no cárcere do senhor Carlos Cachoeira, e sim ao esquema poderoso implantado nesta República”, afirmou Protógenes em plenário na semana passada, ao defender a abertura da apuração.

Esta semana, os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), concordaram em promover a instalação de comissão mista para investigar as denúncias da quadrilha comandada pelo contraventor. 

Em afirmação divulgada hoje pelo portal Vermelho, a líder do PCdoB na Câmara, Luciana Santos (PE), lembrou que a iniciativa de instalação de uma CPI para apurar essas denúncias partiu do parlamentar. “O partido está, portanto, disposto a colaborar com a apuração dessas denúncias que envolvem não só parlamentares da Casa, mas passa por instituições do Judiciário, Executivo e empresas privadas”, comentou.