Cinco desistem, e petista Humberto Costa será relator do caso Demóstenes no Senado

São Paulo – A eleição do relator do caso de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética do Senado demandou seis rodadas de sorteios na manhã de hoje (12). Antes […]

São Paulo – A eleição do relator do caso de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética do Senado demandou seis rodadas de sorteios na manhã de hoje (12). Antes que Humberto Costa (PT-PE) aceitasse a função, Lobão Filho (PDMB-MA) declinou alegando “foro íntimo”, caminho adotado em seguida por Gim Argello (PTB-DF).

A dificuldade em encontrar um responsável por dar sequência à representação por quebra de decoro de Demóstenes, flagrado em relações próximas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, teve sequência com a escolha de Ciro Nogueira (PP-PI), que, por telefone, preferiu abrir mão do posto. Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) também passaram adiante a incumbência. 

“Já que ninguém quer ser relator, quem quer ser presidente?”, ironizou o presidente interino do conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). O ex-presidente do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), já havia adiantado que não queria ser o responsável pela representação por pertencer ao antigo partido de Demóstenes.

Após a escolha, Humberto Costa comunicou que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorize o acesso às investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Nas conversas, vazadas parcialmente à imprensa, Demóstenes é acionado por Cachoeira para promover lobby no Congresso a favor da legalização de jogos de azar, principal atividade econômica do contraventor.

Costa disse, porém, que uma nova recusa do STF em encaminhar os documentos não irá atrapalhar o andamento do processo. “O julgamento no Conselho de Ética não é um julgamento que leva em consideração provas, legalidade das provas. É um julgamento eminentemente político. Minha preocupação é fazer um processo justo e imparcial que dê ao Senado e à sociedade as respostas que lhe estão sendo cobradas”, disse. Perguntado se pretende ouvir Demóstenes, o senador disse que isso só ocorrerá se for necessário. “Ele já antecipou que é uma reivindicação sua não apenas presentar no prazo definido legalmente sua defesa por escrito, mas seu desejo de fazer sua defesa oralmente no Conselho de Ética.”

CPI mista

Ao mesmo tempo, os líderes partidários começaram a colher assinaturas para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações entre Cachoeira e os políticos. Para dar início à apuração é preciso reunir o apoio de 171 deputados e 27 senadores. Segundo o requerimento, a comissão será composta por 15 senadores e 15 deputados titulares e igual número de suplentes. Os trabalhos terão prazo de 180 dias.

Com informações da Agência Brasil